O conselheiro do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que foi fotografado chutando um manifestante que protestava pelo pior desastre da história da mineração no país, foi demitido na última semana.
A foto mostra Yusuf Yerkel chutando um homem que já havia sido detido pela polícia e estava no chão e se tornou viral na internet, simbolizando o modo altamente criticado como o governo da Turquia lidou com a catástrofe, que deixou mais de 300 mortos, e os protestos que a sucederam.
Agência Efe
Foto polêmica mostra Yusuf Yerkel chutando manifestante já contido pela polícia; ele foi demitido na última semana
Uma autoridade do governo de Erdogan disse à Reuters que “Yusuf Yerkel pediu desculpas, mas era tarde demais. No final da discussão, o primeiro-ministro o demitiu diretamente”. Inicialmente, Erdogan se recusou a demitir Yerkel, alegando que era um assunto privado, e seus ministros chegaram a defender o ataque ao manifestante. A princípio, o conselheiro se recusou a pedir desculpas, tendo dito depois que “sentia muito por não ter sido capaz de manter a calma”.
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O principal conselheiro político do primeiro-ministro, Yalçin Akdogan, afirmou que havia sido um “ato de autodefesa contra aqueles que chutaram veículos [oficiais] e tentaram linchar a delegação”. Ele também criticou a “imprensa irresponsável” por usar a fotografia para “fazer [os protestos] parecerem um levante massivo contra o governo”.
Depois do incidente, Yerkel tirou uma licença médica, tendo sido diagnosticado com trauma de tecidos moles na perna que usou para chutar o manifestante. Um relatório médico informou que ele estava sofrendo de “sensibilidade nos movimentos das pernas e braços e dificuldade para andar”, segundo o jornal local Hürriyet. Yerkel teria dito aos médicos que caiu.
O vice-primeiro-ministro, Hüseyin Çelik, foi outra autoridade a defender Yerkel. “Não dá para entender a totalidade de uma situação baseando-se só em uma foto”, afirmou. “Yusuf Yerkel disse que a pessoa que ele aparece chutando no chão, de fato, o atacou e machucou; ele até mesmo tirou licença médica por sete dias”.