Diversos setores políticos do Uruguai apoiaram a decisão do presidente José Mujica de convocar para consulta o embaixador do país na França, Omar Mesa. Isso ocorreu após o presidente francês Nicolas Sarkozy, afirmar que o país sul-americano deveria ser incluído em uma lista de paraísos fiscais.
O ex-presidente Julio María Sanguinetti (1985-1990/1995-2000), do Partido Colorado e orientação conservadora, afirmou que Sarkozy “evidentemente não está bem informado” sobre a situação uruguaia. “De qualquer forma, falar de um paraíso fiscal em um país com a pressão fiscal que têm” os países da região “é um ato de total desinformação”, afirmou.
Outro ex-presidente colorado, Jorge Batlle (2000-2005), considerou “temerária” a afirmação do francês, dizendo que “a primeira coisa que o presidente [da França] deveria saber é que os integrantes mais importantes do G20 são os organizadores dos verdadeiros paraísos fiscais que existem no mundo”.
O presidente do Partido Nacional (Blanco), também opositor, Luis Alberto Heber, disse ao jornal uruguaio El País que as declarações de Sarkozy foram “totalmente deslocadas” e “rechaçáveis de todos os pontos de vista”.
“A reação tem que ser muito dura, porque o presidente Sarkozy está falando sem nenhum tipo de informações que o respalde”, concluiu Heber.
Sarkozy disse ontem, após a Cúpula do G20, em Cannes que “Antígua e Barbuda, Barbados, Botsuana, Brunei, Panamá, Seychelles, Trinidad e Tobago, Uruguai e Vanuatu não têm um marco jurídico adaptado aos intercâmbios de informação fiscal”.
Segundo o francês, “a mensagem” de que “não queremos paraísos fiscais” é clara. “Os países que seguem sendo paraísos fiscais mediante a falta de transparência bancária serão postos à margem da comunidade internacional” concluiu.
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