Reprodução
O quadro econômico da Espanha tornou-se tão drástico que agora até mesmo bancos estão se dirigindo a seus clientes para pedir desculpas.
Nesta quinta-feira (12/07), o presidente do Banco Novagalicia, José María Castellano, e seu diretor-executivo, César González-Bueno, estamparam anúncios em jornais pedindo publicamente perdão “por tudo o que não deu certo nos últimos tempos”.
NULL
NULL
Os executivos alegam que se viram “na obrigação” de reconhecer o que está ocorrendo com a economia do país e ressaltam que a declaração não foi motivada por conta de supostas falhas de sua gestão frente à entidade financeira.
Entretanto, o Novagalicia requisitou ao governo um empréstimo avaliado em seis bilhões de euros, quantia que, nos cálculos de sua direção, será suficiente para preencher “com folga” quaisquer necessidades. Caso a operação se concretize, Castellano e González-Bueno dizem ter “segurança absoluta” de que não será necessário um leilão de ativos a médio prazo.
Os dois assumiram a entidade em setembro de 2011, no momento em que os antigos diretores dos bancos Caixanova e Caixa Galicia desistiam de seus cargos, embolsavam indenizações milionárias e deixavam empresas arruinadas. Diante disso, argumentam que “os clientes das caixas merecem um reconhecimento dos erros, algumas palavras de desculpa e o compromisso de buscar soluções”.
“Pedimos perdão pelo erro de comercializar ações preferenciais entre nossos clientes particulares sem conhecimentos financeiros suficientes”, acrescentam. Como forma de “resolver as situações injustas“ que esse tipo de operação ocasionou, alegam ter “colaborado com a Justiça“ e estar “se empenhando ao máximo”.
Os executivos também pediram perdão pelas indenizações milionárias de ex-diretores e por aplicações financeiras que julgam, hoje, “suicidas” e “pouco prudentes”. Prejuízos que rondam bilhões de euros com a imobiliária Astroc, compra de uma ilha e investimentos em vinícolas falidas estão entre os excessos praticados pela instituição ao longo dos últimos meses.