A Argentina criticou nesta terça-feira (31/01) a decisão do governo britânico de enviar um navio de guerra para as ilhas Malvinas. Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores argentino rechaçou a “tentativa do Reino Unido de militarizar um conflito sobre o qual as Nações Unidas já se pronunciaram diversas vezes”.
Na nota, a Argentina lembra que a ONU já indicou que os dois países devem resolver a questão da soberania sobre o arquipélago por meio de negociações bilaterais, o que é rejeitado pelo país europeu. Nesta segunda-feira, o chanceler britânico, Jeremy Browne, voltou a dizer que para o Reino Unido a soberania do arquipélago – cuja disputa já levou a uma guerra entre os dois países em 1982 – é “inegociável”.
Télam
O chanceler Héctor Timerman leu o comunicado que critica o governo britânico
Em um alfinetada contra o primeiro-ministro David Cameron, o governo da presidente Cristina Kirchner disse que os governos devem evitar a “tentação” de discursos que transformem o patriotismo em chavinismo, “a fim de distrair a atenção do público dos ajustes econômicos em um contexto de crise estrutural e alto desemprego”. O Reino Unido, assim como boa parte da Europa, enfrenta uma grave crise econômica, que elevou a desocupação dos trabalhadores a níveis recordes.
Além do envio de um moderno destróier da marinha do Reino Unido, também foi alvo de críticas por parte do governo argentino a iminente visita do príncipe William ao arquipélago, como membro das Forças Armadas britânicas. “O povo argentino lamenta que o herdeiro real chegue em casa com o uniforme de conquistador e não a sabedoria do estadista que trabalha no serviço da paz e do diálogo entre as nações”, diz a nota.
As ilhas Malvinas estão sob domínio britânico desde 1833, após uma sucessão de conflitos envolvendo franceses, espanhóis e a República Argentina recém-independente. Mesmo com a derrota no conflito armado que os dois países travaram nos anos 1980, durante a última ditadura militar argentina, o país sulamericano segue reinvidicando a soberania sobre o território.
A tensão bilateral aumentou depois de Cristina Kirchner ter conseguido o apoio de todos os países do Mercosul para estabelecer um bloqueio marítimo às ilhas.
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