O governo da Argentina atingiu nesta quinta-feira (29/05) um acordo com o Clube de Paris, que representa as nações industrializadas, para o pagamento de suas dívidas em moratória, totalizando um valor de US$ 9,7 bilhões. Assim, o país poderá voltar a abrir sua economia para financiamentos internacionais.
A Argentina terá um prazo de cinco anos para pagar a dívida. De acordo com o comunicado conjunto emitido pelo governo de Cristina Kirchner e o Clube de Paris, o pagamento será feito em várias parcelas. As relações entre o país e os investidores internacionais estavam estremecidas desde 2001, quando houve um calote de parte da dívida externa.
O governo da Argentina, à época liderado por Néstor Kirchner, ofereceu uma primeira reestruturação da dívida em 2005 e pagou a maior parte das obrigações com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Uma segunda reestruturação ocorreu em 2010.
Agência Efe
Jorge Capitanich, chefe do governo da Argentina, faz anúncio sobre pagamento da dívida. Acordo foi alcançado nesta quinta (29)
De acordo com o ministro da Economia, Axel Kicillof, o acordo com o Clube de Paris consiste no pagamento de US$ 650 milhões em julho deste ano e outros 500 milhões em maio de 2015. A segunda parcela deverá ser paga um ano depois.
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“A realização do pagamento inicial sob um compromisso formal da Argentina para liberar completamente os atrasos é um passo necessário e importante para a normalização das relações financeiras entre os credores do Clube de Paris e a Argentina”, afirmava o comunicado do grupo.
A Alemanha é o maior credor da Argentina no Clube de Paris, com 30% da dívida. Em segundo lugar vem o Japão, com 25%. Entre os credores menores estão Holanda, Espanha, Itália, Estados Unidos e Suíça.
O anúncio do acordo veio depois de dois dias de encontros com a delegação argentina, liderada por Kicillof. Durante as reuniões, os argentinos expuseram a situação financeira do país e mostraram os avanços alcançados pela administração da presidente Kirchner para “promover um crescimento inclusivo e reforçar a resistência a embates externos”.