A cidade uruguaia de Fray Bentos e a argentina Gualeguaychú completam hoje (19/7) um mês do fim do bloqueio da ponte entre ambos municípios, mantido por quase quatro anos em protesto contra a instalação de uma fábrica de pasta de celulose na região.
No mês passado, comerciantes das duas localidades se encontraram no lado uruguaio da fronteira para impulsionar as relações, e voltaram a se reunir nos dias seguintes na parte argentina, a fim de abordar uma agenda que incluísse o desenvolvimento de atividades culturais, esportivas e turísticas.
O bloqueio da ponte internacional General San Martín foi promovido por ambientalistas argentinos contra a indústria UPM, ex-Botnia – instalada em Fray Bentos e acusada de poluir a região da fronteira bilateral, dividida pelo Rio Uruguai.
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O conflito em relação à fábrica levou a Argentina a encaminhar uma demanda junto à Corte Internacional de Justiça, em Haia. No mês de abril, o tribunal se pronunciou sobre o caso, confirmando que o Uruguai havia desrespeitado o Tratado do Rio Uruguai ao autorizar de forma unilateral a construção da indústria, mas refutando as acusações de contaminação.
Atualmente, os governos dos dois países negociam as condições para o monitoramento conjunto do rio, tal como recomendou a Corte de Haia em seu veredicto, que é inapelável.
Acordo
Segundo informou ontem a presidência argentina, os chanceleres do país, Héctor Timerman, e do Uruguai, Luis Almagro, vão se reunir nesta semana em um lugar ainda não determinado para alcançar um acordo relacionado ao controle conjunto.
Timerman entregou a Almagro em 29 de junho, em Montevidéu, uma proposta de monitoramento, que foi respondida pelo ministro de José Mujica em 5 de julho, em Buenos Aires — e cujo conteúdo não foi divulgado.
O bloqueio da ponte, que não foi citado na sentença de Haia, foi levantado no dia 19 do mês passado por 60 dias. A decisão de interrompê-lo, tomada pela Assembleia Ambiental de Gualeguaychú, visava facilitar as negociações entre os governos das duas nações sobre o controle conjunto.
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