A polícia de Buenos Aires reprimiu nesta quarta-feira (28/06) uma manifestação realizada por cerca de 20 organizações sociais argentinas contra o governo de Mauricio Macri. Pelo menos sete pessoas foram presas, segundo a imprensa argentina.
O protesto da Frente por Trabalho e Dignidade Milagro Sala, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, se encaminhou à sede do Ministério de Desenvolvimento Social argentino e fechou a avenida 9 de Julho, uma das principais da capital argentina, durante duas horas. Os manifestantes exigiam um plano de infraestrutura que volte a empregar os 40 mil cooperativistas da cidade que ficaram desempregados no último ano e meio, assim como a declaração de emergência alimentar na Argentina.
Os manifestantes também criticavam a política econômica do governo e o crescimento da miséria no país e pediam uma reunião com a ministra de Desenvolvimento Social, Carolina Stanley.
“Tivemos uma primeira reunião com as autoridades do Ministério do Trabalho e de Desenvolvimento Social. Disseram ‘não’ a cada uma de nossas exigências”, disse Eduardo Montes, da cooperativa Gráfica Patricios, ao jornal Página/12. “Decidimos, em assembleia com companheiros e companheiras, acampar. Nesse momento voltaram a nos chamar [ao Ministério]. Entramos, e quando estávamos nos sentando a polícia avançou e começou a reprimir”, afirmou.
#9DeJulio Acá vemos a la Policía de la Ciudad implementando sus nuevas armas lanza-diálogo. pic.twitter.com/ry6ZQ9Z8yO
— Laureano Ponce (@laureano_ponce) 28 de junho de 2017
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Os manifestantes fizeram barricadas na avenida e responderam à tentativa de repressão da polícia, que disparou balas de borracha, jatos d’água e gás lacrimogêneo para dispersar o protesto. Segundo relatos de testemunhas, os policiais também perseguiram manifestantes que fugiram da repressão por ruas adjacentes à avenida 9 de Julho.
“Havia mais de 40 viaturas, carros hidrantes [com jatos d’água], atiravam balas de borracha sobre os companheiros”, disse Montes. “Saíram caçando companheiros [pelas ruas]”, acrescentou.
Fontes do Ministério de Segurança disseram ao jornal argentino La Nación que pediram que os manifestantes liberassem a via e apagassem o fogo das barricadas. “Houve detenções pontuais contra os que estavam em situação hostil”, afirmaram, confirmando que sete pessoas foram detidas. De acordo com a Frente por Trabalho e Dignidade Milagro Sala, quatro pessoas foram hospitalizadas por ferimentos causados pelas balas de borracha da polícia.