O artista plástico norte-americano Ellsworth Kelly, um dos mais destacados pintores abstratos do século XX e reconhecido por suas combinações de cores em disposição geométrica, morreu no domingo (27/12) aos 92 anos, informou seu galerista nesta segunda-feira (28/12).
Kelly, que ainda trabalhava como artista, morreu em sua casa na cidade de Spencertown, no estado de Nova York (EUA), após ter passado o Natal com sua família, declarou Matthew Marks, proprietário da galeria que o representava.
O pintor, escultor e gravurista nascido em 1923 em Nova York começou sua carreira artística depois da Segunda Guerra Mundial e ficou famoso por um estilo muito pessoal de experimentação das cores que combinava tons muito vivos sobre fundos neutros.
Depois de estudar arte em Nova York e em Boston, Kelly viajou para Paris no final da década de 40. O artista havia conhecido a cidade quando servia no Exército, junto com as tropas aliadas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Nessa viagem Kelly ampliou sua formação artística, tanto a profissional – com estudos na Escola de Belas Artes -, como pessoal, com visitas a museus e com a amizade que fez com outros artistas, o que o ajudou a estabelecer uma personalidade criadora a partir da natural influência das correntes abstratas europeias que estavam em voga.
Após seu retorno aos Estados Unidos em 1954, embarcou em uma busca de seu estilo pessoal, afastado das ortodoxias e aberto a todas as possibilidades da abstração.
Wikicommons
Escultura 'White Curves' ('Curvas Brancas') está exposta na Fundação Beyeler na cidade de Riehen
NULL
NULL
A simplicidade e a definição de suas formas e das cores vibrantes e planos o tornaram, com o tempo, um dos maiores expoentes da pintura minimalista e da corrente do “Color Field”, surgida em Nova York em meados de século passado e derivada do expressionismo abstrato e do modernismo europeu.
Fã da observação de pássaros desde a infância, ele sempre disse que esse passatempo o ajudou a treinar seu olho em relação às cores e a desenvolver sua percepção da simplicidade das formas naturais.
“Acredito que é possível apagar a mente e olhar só com os olhos, e no final tudo se torna abstrato”, declarou em 1991.
Muitas de suas pinturas das décadas de 50 e 60 consistiam unicamente em uma mancha de forma geométrica e de uma cor muito viva sobre um fundo neutro, o que o tornou um dos principais expoentes da estética do simplismo minimalista, em contraposição ao expressionismo abstrato dominante até então.
Kelly também foi um dos primeiros artistas a experimentar os formatos das obras, rompendo as estruturas tradicionais e as prolongando em todas as dimensões.
Em 1996, ele foi protagonista de uma grande retrospectiva no Museu Guggenheim de Nova York, que também foi levada ao Museu de Belas Artes de Los Angeles.
(*) Com informações da Agência Efe