Na primeira entrevista após ser libertado de prisão britânica, o criador do Wikileaks, Julian Assange, elogiou o apoio dado a ele e à organização pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e respondeu ao vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, que o chamou de “terrorista”. Assange, responsável pelo vazamento de mais de 250 mil documentos diplomáticos dos EUA, é acusado de crimes sexuais na Suécia.
“Recebemos apoio em escala mundial, especialmente na América do Sul e Austrália. Mas quanto mais próximo está um homem do poder, menos predisposto está a nos apoiar, provavelmente porque tem mais a perder. Nos últimos dez dias, temos visto gente, incluindo próximas do poder, que demonstraram seu apoio. [Lula] é um caso especial, porque está deixando o cargo, e isso lhe permite ser mais direto do que havia sido. Já não tem que prestar nenhuma lealdade aos Estados Unidos”, disse Assange ao jornal espanhol El País.
Quando questionado a respeito das acusações feitas por Biden nesta semana que Assange seria um “terrorista” e que os EUA estão considerando tomar ações jurídicas contra ele, o criador do Wikileaks respondeu que “de acordo com o vice-presidente norte-americano, a verdade sobre os Estados Unidos da América, é terrorismo”.
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Ameaças
Na entrevista ao El País, o australiano disse que estava sendo constantemente ameaçado. “Recebi ameaças de morte o tempo todo. Meu advogado recebe, meus filhos recebem”.
Ele acredita que elas devam vir de membros do exército norte-americano. Assange disse também que foi transferido três vezes, na prisão, sob o temor de ataque de outros detentos perigosos.
“Não podia sair da minha cela, mas muitos presos passavam coisas por debaixo da minha porta. Havia muita curiosidade”, afirmou Assange, que recebia muitas cartas de curiosos.
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