A apuração lenta, as investigações sobre fraudes e o atraso no anúncio do resultado da eleição presidencial de 20 de agosto no Afeganistão beneficiam os talibãs e a Al-Qaeda, afirmou hoje (11) o emissário americano Richard Holbrooke a BBC.
“Não acredito que o processo dure tanto, ao menos espero” respondeu. “Os que tiram vantagem de tudo isto são os talibãs e a Al-Qaeda, todo mundo sabe”, disse.
O Departamento de Estado norte-americano previu recentemente que podem ser necessários vários meses para esclarecer todas as acusações de fraude e o anúncio dos resultados da eleição presidencial.
Apesar das acusações de fraude, Holbrooke considerou que o processo político deve ser respaldado e que está descartado abandonar o mesmo.
“Concordo que aconteceram irregularidades importantes em muitos lugares e a Comissão Eleitoral de Reclamações (ECC) está examinando. Sempre soubemos que existiriam problemas”, disse. “Mas refazer uma eleição? Isto não acontecerá”.
Invalidação
A ECC ordenou ontem (10) pela primeira vez a invalidação dos votos de 83 seções eleitorais por fraude.
A situação também preocupa a Grã-Bretanha, como reconheceu o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband. Também entrevistado pela BBC, ele afirmou que o país não participará em nenhuma dissimulação no que diz respeito às eleições”.
“Por este motivo, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou a Comissão de Reclamações Eleitorais, e por este motivo foram anulados os resultados de 83 seções eleitorais”, recordou. “Mas estamos preocupados com as graves acusações de fraude”, concluiu.
A Comissão Eleitoral anunciou há três dias que Karzai conseguiu 54,1% dos votos apurados até agora, que correspondem a 91,6% dos centros de voto.
Com 2.959.093 votos dos 5.469.289 que a Comissão deu como válidos até o momento, Karzai ultrapassou os 50% necessários para evitar um segundo turno, seguido de longe por Abdullah Abdullah, com 1.546.490 votos (28,3%).
NULL
NULL
NULL