A prefeita da cidade alemã de Colônia, Henriette Reker, convocou nesta terça-feira (05/01) uma reunião com a polícia local para tratar das investigações do caso em que dezenas de mulheres foram agredidas sexualmente durante a festa de réveillon no centro da cidade, na semana passada. Nos últimos dias, a polícia recebeu 20 denúncias formais de agressão sexual e outras dezenas de roubo.
EFE
Policiais patrulhavam o centro de Colônia durante o réveillon, mas não perceberam os crimes
Reker declarou que o intuito da reunião é esclarecer ocorrido e não permitir que o centro de Colônia se torne “uma área sem lei”. Wolfgang Albers, chefe da polícia local, classificou o caso como “uma nova dimensão de crime”.
Segundo as investigações, centenas de homens, entre 500 e 1.000, cercaram, agrediram e assaltaram mulheres presentes na festa. Pelo menos uma mulher foi estuprada. Cerca de 80 mulheres foram vítimas dos crimes, de acordo com as autoridades. A polícia ainda não sabe se todos agiram juntos ou em grupos separados, mas está trabalhando com a hipótese de que foi um ataque planejado.
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“Os crimes foram cometidos por um grupo de pessoas que, pela aparência, era, em sua maioria, do norte da África ou de países árabes”, declarou Albers. A chanceler alemã, Angela Merkel, ligou para Reker e pediu que as autoridades encontrem os responsáveis “o mais rápido possível e que eles sejam punidos independentemente de suas origens e históricos”.
“Quando saímos da estação [de trem], ficamos muito surpresas pelo grupo que encontramos, que era formado apenas por homens estrangeiros. Nós passamos pelo grupo de homens. Eu fui tocada em todas as partes, foi um pesadelo. Apesar de termos gritado e batido neles, eles não pararam. Eu fiquei horrorizada e acho que fui tocada umas 100 vezes em cerca de 200 metros”, disse uma das vítimas ao jornal alemão Kölner Express.
EFE
Manifestantes pedem, em frente à catedral de Colônia, esclarecimentos sobre os crimes sexuais que ocorreram na cidade
Policiais estavam presentes durante as festividades de Ano Novo, mas disseram que, por conta da grande quantidade de pessoas e do barulho de fogos de artifício, não perceberam o que estava acontecendo. Ataques similares e de menores proporções ocorreram em um distrito de Hamburgo, cidade no norte da Alemanha.
Barbara Steffens, ministra da Renânia do Norte-Vestfália, Estado onde Colônia está situada, declarou que o caso é “a ponta de um iceberg muito desagradável”. Ela fez um apelo para que exista uma “maior condenação social pelo abuso de poder dos homens”. O crime teve grande repercussão na Alemanha e motivou diversos protestos, incluindo de grupos que defendem os direitos das mulheres e de grupos de direita que se opõem à presença de estrangeiros no país.