A presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse nesta terça-feira (10/05) estar preocupada com a situação dos pescadores da ilha de Chiloé, no sul do país, que há oito dias protestam contra os prejuízos causados pela “maré vermelha”.
Agência Efe
Pescadores realizam protesto na ilha de Chiloé, no sul do país, contra prejuízos causados pelo ffenômeno “maré vermelha”
“Estou em permanente comunicação com a população do Chile e com o governo para entender como tem evoluído esse processo e o que mais se pode fazer”, afirmou a presidente, que está em viagem pela Suécia.
Os pescadores de Chiloé realizam protestos para reivindicar ajuda do governo em relação aos prejuízos que a “maré vermelha” causa há meses na ilha. As rotas de acesso à ilha foram bloqueadas, o que já provoca escassez de alimentos e combustíveis.
Nesta segunda-feira (09/05), houve manifestações de solidariedade aos pescadores na capital, Santiago, e nas cidades de Valparaíso, Temuco, Valdivia, Osorno e Puerto Montt.
O fenômeno “maré vermelha”ocorre quando há produção de um número muito alto de algas, que produzem toxinas que envenenam peixes, mariscos e mamíferos.
O aumento da concentração de algas na água tem causado a morte de toneladas de peixes em Chiloé, o que levou o governo a determinar a proibição da pesca em Chiloé.
Os trabalhadores pedem ajuda financeira das autoridades para lidar com a falta de empregos e a crise na ilha, onde 80% da população sobrevive da pesca.
O governo oferece uma cota imediata de 300.000 pesos para os pescadores e mais três cotas de 150.000. A quantia, porém, é considerada insuficiente pelos trabalhadores, que pedem um pagamento de seis bônus em um total de 1,8 milhão de pesos chilenos.
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Nesta terça-feira (10/05), o ministro de Economia, Luis Felipe Céspedes, afirmou que é preciso haver um “limite” nas negociações, em referência à adição de novos pontos na pauta do movimento, que passou de 15 para 28.
Agência Efe
Concentração elevada de algas nas águas causou morte de peixes e o desemprego de pescadores na ilha de Chiloé, no sul do Chile
“Dissemos que temos que ajudar os afetados pela ‘maré vermelha’, quer dizer, tem que haver um limite de negociação, não pode ser que cada vez que se sente para negociar existam novos pontos”, declarou.
Os trabalhadores pedem também punição para as empresas responsáveis pelo despejo de 4,5 toneladas de salmões podres na Região dos Lagos em março o que, segundo os pescadores, teria causado a ‘maré vermelha’.
O governo, por sua vez, afirma que especialistas não teriam encontrado relação entre o despejo de peixes e o aumento da concentração de algas, atribuindo o problema a mudanças climáticas.
Autoridades do país informaram que uma equipe de pesquisadores independentes fará uma investigação para analisar as causas do fenômeno.