O governo do presidente Michel Temer, empossado nesta quarta-feira (31/08) após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff, deverá enfrentar “batalhas duras” no Congresso Nacional e na sociedade para levar suas propostas adiante, indica matéria publicada nesta quinta-feira (01/09) no site em português da emissora britânica BBC.
Segundo o texto, dentre as propostas do novo governo há várias medidas que alteram direitos de trabalhadores e aposentados e “prometem encontrar resistência no Parlamento e nas ruas”.
AgênciaEfe
Michel Temer toma posse como novo presidente do Brasil
A matéria cita o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), que afirma que o principal objetivo de Temer é equilibrar as contas públicas e resolver a crise fiscal, caminho apontado como “fundamental” para a recuperação da economia.
Para que isso aconteça, explica o texto, o governo de Michel Temer quer alterar a Constituição Federal e fixar um limite para a expansão dos gastos da União.
“Caso a proposta seja aprovada, a evolução anual das despesas ficará limitada à inflação do ano anterior, por ao menos uma década”, diz a matéria.
A proposta, no momento, tramita na Câmara dos Deputados.
O texto explica que, como, em termos práticos, a despesa global não poderia ter um crescimento real, a tendência, de acordo com críticos, seria uma redução nos gastos sociais.
A matéria traz também a avaliação do economista-chefe para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, para quem o final da “saga” do impeachment pode incentivar uma aceleração do ajuste fiscal, “mas o grau de apoio da base aliada no Congresso para medidas politicamente sensíveis e impopulares permanece obscuro”.
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Segundo o texto da BBC, além da proposta de controle mais rígido sobre os gastos, outros temas “impopulares” estarão em discussão, como as reformas da Previdência e trabalhista.
As negociações para essas mudanças, de acordo com a matéria, podem ter a oposição de aliados de Temer, como o Solidariedade, partido liderado pelo deputado federal Paulo Pereira, presidente da Força Sindical.
O texto aponta um desgaste já em curso entre os partidos da base de Temer, PMDB e PSDB, por conta do ajuste fiscal. Isso porque os tucanos estariam irritados com o aumento de gastos de Temer que, em sua gestão como presidente interino, concedeu reajustes salariais a diversas categorias.
A matéria aponta também que as privatizações devem ser a “marca” de Michel Temer, que já indicou em entrevistas recentes a possibilidade de vender para o capital privado o controle dos Correios e de aeroportos como Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (São Paulo).