O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse nesta terça-feira (20/09) que a decisão da Standard & Poor's (S&P) de rebaixar a nota de crédito da Itália não reflete a realidade e acrescentou que seu governo já está preparando medidas para estimular o crescimento. A S&P reduziu o rating italiano em um ponto, de “A+” para “A”, com perspectiva negativa.
As conclusões da S&P fizeram com que na manhã desta terça-feira disparasse o prêmio de risco da Itália, medido pelo diferencial entre o bônus italiano a dez anos e o alemão de mesmo prazo, alcançando 399,3 pontos. Já a Bolsa de Valores de Milão abriu em baixa, com seu principal indicador, o FTSE MIB, perdendo 1,05%.
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“As avaliações feitas pela Standard & Poor's parecem ditadas mais por histórias de jornais do que pela realidade e parecem ser negativamente influenciadas por considerações políticas”, disse o comunicado de Berlusconi. O primeiro-ministro acrescentou que seu governo já aprovou medidas para equilibrar o orçamento em 2013 e estava preparando novas iniciativas para impulsionar o crescimento em curto e médio prazo.
Em sua conclusão, a S&P informa que “o rebaixamento reflete nossa visão de que a frágil coalizão que governa a Itália e as diferenças políticas dentro do Parlamento seguirão limitando a habilidade do governo para responder de forma decisiva aos desafios internos e ao entorno macroeconômico externo”.
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Embora as bolsas de valores da Ásia – com exceção de Tóquio, que caiu 1,61% – tenham fechado em alta nesta terça-feira, os operadores de mercado estão cautelosos. O rebaixamento da Itália e a negociação da Grécia por empréstimos internacionais aumentam a preocupação de que a crise da dívida em países europeus desencadeie uma crise bancária.
“Embora o rebaixamento e a perspectiva negativa para a economia italiana não sejam uma surpresa, o fato de que a crise saiu de um país periférico para um país central é suficiente para espalhar certa aversão a risco hoje”, disse à agência Reuters Jonathan Sudaria, operador da Capital Spreads em Londres.
Os credores internacionais disseram à Grécia nesta segunda-feira que o país precisa encolher o tamanho do setor público para garantir o recebimento de novos empréstimos emergenciais. As teleconferências serão retomadas nesta terça-feira entre o ministro das Finanças Evangelos Venizelos, a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
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