A emissora Al Jazeera transmitiu hoje (24) uma mensagem gravada atribuída ao líder do grupo terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, em que ele assume a autoria do atentado frustrado cometido pelo nigeriano Omar Farouk Abdulmutalab no dia 25 de dezembro passado, contra um avião nos Estados Unidos, e ameaça realizar novos ataques.
Bin Laden disse que a agressão estava alinhada com os atentados cometidos em 11 de setembro de 2001, em Washington e Nova York, e insistiu que a Al Qaeda continuará atacando os EUA enquanto os palestinos continuarem vivendo na situação atual.
“Nossos ataques continuarão enquanto continuar o apoio americano a Israel”, disse Bin Laden, dirigindo-se ao presidente americano como “de Osama para Obama”.
Abdulmutalab, qualificado por Bin Laden como um herói, tentou explodir uma bomba em um avião da companhia Delta que aterrissaria em Detroit, mas o artefato falhou. A Al Qaeda já tinha reivindicado a autoria do atentado em 28 de dezembro passado.
“Que os americanos não sonhem em viver em paz enquanto nós não vivermos [em paz] na Palestina”, disse o líder da Al Qaeda, antes de ressaltar que “não é justo que os americanos tenham uma vida enquanto nossos irmãos em Gaza sofrem uma situação miserável”.
O grupo terrorista, em comunicado, disse que a ação foi uma represália “pela injusta agressão americana contra a Península Arábica” e reconheceu que a bomba “não fez uma plena explosão devido a uma falha técnica”, apesar de ter sido testada.
Esta é a primeira mensagem pública de Bin Laden desde a gravação sonora que divulgou em 25 de setembro do ano passado, na qual exigia a retirada das tropas europeias do Afeganistão.
Clique aqui para ouvir a mensagem.
Casa Branca não reconhece
O assessor político do presidente Barack Obama, David Axelrod, disse à CNN que a Casa Branca “não pode confirmar [a responsabilidade da Al Qaeda pela tentativa de atentado] nem confirmar a autenticidade”. Ele afirmou que, se a mensagem é realmente de Bin Laden, “contém as mesmas justificativas vagas para o massacre em massa de inocentes”.
Reino Unido
Na sexta-feira (22), o governo britânico aumentou o nível de alerta em relação ao terrorismo internacional de “significativo” para “grave”, o que, segundo a escala vigente, significa que um ataque é “altamente provável”.
Na ocasião, o ministro do Interior, Alan Johnson, ressaltou que não há atualmente nenhum indício de que possa haver um atentado de forma iminente.
Mas hoje, o jornal The Sunday Telegraph informou que a decisão se deve à suspeita de que uma célula feminina de terroristas suicidas treinadas pela Al Qaeda poderia planejar um atentado contra alvos ocidentais. Já o Sunday Express afirma que este grupo poderia estar pensando em atacar ainda esta semana, quando acontecerão em Londres duas conferências internacionais, sobre o Iêmen (na quarta-feira) e sobre o Afeganistão (na quinta), com a presença de ministros de Exteriores de todo o mundo. Segundo o jornal, o Ministério do Interior teria decidido mudar o nível de alerta após receber um dossiê de agentes do FBI, a polícia federal dos EUA, baseados em Londres.
O nível “grave” é o quarto de uma escala de cinco estipulada em 2006, um ano após os atentados de 7 de julho de 2005 contra a rede de transportes de Londres, nos quais 56 pessoas morreram, entre elas quatro suicidas.
(Atualizado às 17h48)
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