Os governos da Bolívia e dos Estados Unidos estão a ponto de normalizar as relações diplomáticas, mais de um ano após a expulsão mútua de seus embaixadores, disse hoje (31) o presidente boliviano, Evo Morales, que também criticou o acordo militar firmado essa semana entre Colômbia e os norte-americanos e o embargo a Cuba.
De acordo com Morales, negociações iniciadas desde a posse de Barack Obama, em janeiro, avançaram nos últimos dias, durante uma visita a Washington do ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca. “O chanceler me informou que os negociadores dos EUA aceitaram um novo acordo com algumas observações”, afirmou Morales. “No entanto, as conversas continuarão aqui e nos EUA, e também está previsto que talvez, não é definitivo, que poderemos firmar em novembro o acordo para as novas relações diplomáticas.”
Martín Alipaz/EFE
O presidente boliviano concede entrevista coletiva em La Paz
Morales ressaltou que a Bolívia espera desenvolver com os EUA e com o resto do mundo uma diplomacia de respeito mútuo, nos temas de “comércio justo, investimentos e cooperação”, lembrando que seu país não aceitará mais ingerência em seus assuntos políticos internos. “Se há cooperação, que seja de Estado para Estado, se há um embaixador, que desempenhe um trabalho diplomático e nao político”, disse.
O presidente boliviano expulsou em setembro de 2008 o embaixador norte-americano Philip Goldberg, após o diplomata ser acusado de tentar subverter líderes regionais de direita. Logo depois Morales também baniu a agência antidrogas norte-americana DEA e limitou as operações da agência de cooperação USAID.
Washington respondeu com a expulsão do embaixador boliviano, Gustavo Guzmán, a “des-certificação” da Bolívia como agente na luta contra o narcotráfico a exclusão do país andino de um regime de facilidades comerciais.
Morales afirmou na segunda-feira, dia de seu aniversário, que recebeu uma ligação da secretária de Estado Hillary Clinton, que expressou plena confiança no estabelecimento de um acordo.
Colômbia e Honduras
Morales fez críticas ao acordo militar entre a Colômbia e os EUA e a recente escolha de Obama como Nobel da Paz. Ele afirmou que o tratado firmado entre colombianos e norte-americanos em Bogotá ontem (30) ameaça os governos progressistas da região e representa um perigo para a estabilidade democrática.
“Se (Obama) quer justificar ou dignificar o Prêmio Nobel da Paz, deve devolver a democracia a Honduras, eliminar o bloqueio econômico a Cuba, retirar todas as bases militares do mundo e acabar com as intervenções militares no Afeganistão e Iraque.”
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