A ONG Human Rights Watch publicou nesta quarta-feira (13/01) a 31ª edição de seu Relatório Mundial e acusou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro de tentar “sabotar medidas contra a disseminação da covid-19 no Brasil” e impulsionar “políticas que comprometem os direitos humanos”.
O documento de 761 páginas fala sobre a situação dos direitos humanos em mais de 100 países e também faz críticas a outros líderes mundiais, como o norte-americano Donald Trump, acusado de ser um “desastre”, e sobre o aumento da repressão do governo da China.
Sobre o Brasil, o relatório pontua que o Supremo Tribunal Federal (STF) e outras “instituições democráticas foram forçadas a intervir para proteger esses direitos com frequência” e que Bolsonaro, além de atuar contra pandemia e os direitos humanos, “atacou a mídia independente e organizações da sociedade civil, e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização da legislação ambiental, na prática dando carta branca às redes criminosas envolvidas no desmatamento ilegal na Amazônia e que ameaçam e atacam os defensores da floresta”.
“O presidente Bolsonaro expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos ao tentar sabotar medidas de proteção contra a propagação da covid-19. O Supremo Tribunal Federal e outras instituições se empenharam para proteger os brasileiros e para barrar muitas, embora não todas, as políticas antidireitos de Bolsonaro. Essas instituições precisam permanecer vigilantes”, afirmou a diretora adjunta da Human Rights Watch no Brasil, Anna Livia Arida.
Planalto
‘Presidente Bolsonaro expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos’, disse Human Rights Watch
Citando algumas das ações tomadas para frear o presidente brasileiro, o documento aponta a decisão do STF de dar aos estados e municípios o poder de decidir sobre as medidas sanitárias mais adequadas para enfrentar o coronavírus e que o Congresso aprovou uma lei obrigando o governo federal a fornecer cuidados de saúde emergenciais aos povos indígenas.
Além da pandemia, a HRW cita a situação de violência no Rio de Janeiro e a questão ambiental, ressaltando a destruição da floresta amazônica, entre agosto de 2019 e julho de 2020, que foi a “maior taxa nos últimos 12 anos”.
“As políticas do presidente Bolsonaro têm sido um desastre para a floresta amazônica e para as pessoas que a defendem. Ele culpa indígenas, organizações não governamentais e moradores pela destruição ambiental, em vez de agir contra as redes criminosas que impulsionam a ilegalidade na Amazônia”, pontua ainda Arida.
*Com Ansa