Atualizada às 09h38
A companhia petrolífera britânica BP (British Petroleum) teve perdas financeiras de 17,2 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano. Trata-se do pior resultado financeiro da história empresarial do Reino Unido. A companhia petrolífera o atribuiu em boa parte aos 32,2 bilhões de dólares em custos para enfrentar a limpeza do vazamento no Golfo do México.
O vazamento de óleo no Golfo do México começou após a explosão em 20 de abril da plataforma petrolífera Deepwater Horizon, administrada pela BP, que afundou dois dias depois e deixou um poço de petróleo aberto no fundo do mar.
Efe
Ativista do Greenpeace protesta contra derramamento de óleo no Golfo do México
A empresa também informou que venderá ativos no valor de 30 bilhões de dólares nos próximos 18 meses para enfrentar as perdas. No mesmo período do ano passado, a empresa teve lucro de 3,14 bilhões de dólares.
Os números para o primeiro semestre do ano refletem prejuízos acumulados de 11,375 bilhões de dólares em comparação com os lucros de 5,527 bilhões de dólares entre janeiro e junho de 2009. A dívida bruta chegou a 30,6 bilhões de dólares, contra 36,2 bilhões de dólares do segundo trimestre de 2009.
A dívida líquida no final do trimestre entre abril e junho ficou em 23,2 bilhões de dólares, contra 27,1 bilhões de dólares de há um ano. O objetivo do grupo é reduzir esta dívida líquida entre 10 bilhões e 15 bilhões até o final de 2011.
Saída
O executivo-chefe da BP, Tony Hayward, deixará a empresa no próximo dia 1º de outubro, informou a companhia em comunicado enviado à Bolsa de Londres nesta terça-feira. Hayward, de 53 anos, será substituído pelo norte-americano Bob Dudley, a cargo das operações de limpeza da BP no golfo.
Leia mais:
EUA pressionam BP sobre possível fuga de óleo no Golfo do México
Vazamento
da BP nos EUA já atinge todos os estados do Golfo
México
e EUA temem desastre ambiental após vazamento de petróleo
Vazamento
de petróleo no Golfo é cinco vezes maior do que o previsto
Segundo o contrato que tem com a empresa, o executivo receberá um milhão de libras (1,1 milhão de euros) na saída, segundo a nota.
Dudley, de 54 anos, afirmou no comunicado que se sente honrado de ter a seu cargo a tarefa de reconstruir a força e a reputação da BP apesar das atuais circunstâncias. “Não subestimo a natureza do trabalho que há pela frente, mas a companhia é financeiramente forte, com uma bolsa de ativos invejável e uma equipe de profissionais que estão entre os melhores da indústria”, o que ajudará a “colocar a BP no caminho da recuperação”, afirma.
Segundo o acordo para substituir Hayward, Dudley trabalhará na sede da empresa em Londres, e entregará as atuais obrigações que tem a Lamar McKay, presidente da BP América.
Hayward seguirá no conselho de administração da BP até o próximo dia 30 de novembro, e a empresa tem planos para dar a ele as atribuições de diretor não executivo da companhia russa TNK-BP, um negócio conjunto da companhia petrolífera britânica.
Ao comentar sobre sua demissão, Hayward assinala na nota que a explosão no Golfo do México foi uma tragédia terrível sobre a qual “sempre” sentirá “profunda responsabilidade”.
“Estamos fazendo todo o possível para limpar a sujeira, e compensar a todos os que têm uma reivindicação legítima”, afirma.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL