Atualizada às 15h09
O representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, anunciou nesta terça-feira (13/05) sua renúncia perante a falta de progresso nas negociações para colocar fim ao conflito.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou em entrevista coletiva junto a Brahimi que aceitou a renúncia, que será efetivada a partir de 31 de maio.
Agência Efe
Brahimi durante a coletiva em que anunciou sua demissão
O diplomata argelino se mostrou “triste por deixar a Síria em uma situação tão ruim”, embora tenha se mostrado convencido de que a “crise terminará”. “A questão é (…) com quantos mortos a mais”, disse Brahimi, que foi nomeado mediador internacional para o país árabe em agosto de 2012, após a renúncia do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.
Aula Pública Opera Mundi – O que são armas de destruição em massa?
Informações sobre a renúncia de Brahimi circulavam há um ano, quando segundo fontes da Liga Árabe o diplomata chegou a se demitir, mas pediu que fosse reconsiderada sua postura. Os rumores voltaram a se intensificar nos últimos meses, no meio da falta de avanços no processo de negociação entre o governo sírio e a oposição em Genebra e, especialmente, depois do anúncio de que as próximas eleições presidenciais acontecerão em junho.
Brahimi tinha advertido repetidamente que o pleito colocaria fim ao incipiente processo de diálogo entre as duas partes em conflito.
NULL
NULL
Ban Ki-moon agradeceu hoje o trabalho do enviado especial e destacou sua “paciência e preparação” na hora de perseverar durante quase dois anos em suas tentativas para conseguir pôr fim à guerra. Segundo Ban, Brahimi enfrentou “situações impossíveis” e um país e uma região “irremediavelmente divididos”.
O secretário-geral da ONU lamentou que “as partes, especialmente o governo, tenham se mostrado reticentes a aproveitar a oportunidade” colocada por Brahimi para resolver a crise no marco de Genebra.
O diplomata coreano afirmou que o mediador merece agora “um descanso” e assinalou que é o momento de refletir para encontrar a pessoa adequada para substitui-lo.
Brahimi deve manter nesta tarde uma última reunião a portas fechadas com os membros do Conselho de Segurança da ONU para informar da situação na Síria.
(*) com Agência Efe