As caixas-pretas do avião da Air France que cobria a rota entre Rio de Janeiro e Paris e que caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo chegaram nesta quinta-feira (12/05) à França para serem analisadas, na tentativa de se explicar as causas do acidente.
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As duas caixas-pretas foram apresentadas à imprensa pouco após serem encontradas, o que aumentou as esperanças de se compreender as causas do acidente.
Especialistas do BEA (Escritório de Investigação e Análise) iniciarão a análise das caixas-pretas, mas ainda não se sabe seus dados continuam preservados após quase dois anos a 3,9 mil metros de profundidade.
Seu aspecto exterior é bom, o que prova que resistiram à queda no oceano, mas o BEA prefere esperar antes de revelar se elas foram preservadas após ficarem por tanto tempo no mar, conforme afirmou o diretor do organismo, Jean-Paul Troadec.
Os dados das caixas-pretas, comparados aos obtidos até agora e aos que ainda serão obtidos através da análise do resto de peças remontadas – entre elas os dois motores – podem ajudar a esclarecer o acidente que, em 1º de junho de 2009, causou a morte das 228 pessoas que estavam a bordo do Airbus A330 AF447 da Air France.
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O processo é lento e os investigadores não querem se precipitar. A análise das caixas-pretas e dos outros elementos demorará meses e o BEA não deve publicar um novo relatório sobre o acidente até o início do ano que vem.
Até agora, a única explicação antecipada pelo BEA aponta para um problema nas sondas de medição de velocidade devido ao gelo, mas essa hipótese não esclarece todas as circunstâncias do acidente.
Troadec acrescentou que as equipes não estão buscando essas sondas entre os restos do avião, pois os investigadores já têm todos os elementos de que precisam, e afirmou que só voltarão a buscar novos elementos caso a informação contida nas caixas-pretas necessite ser completada com outros instrumentos.
Além das caixas-pretas, foram remontados dois motores e, nas próximas horas, as equipes tentarão emergir a cabine da aeronave.
Em paralelo às pesquisas do BEA, a Procuradoria francesa supervisiona os trabalhos, já que há uma investigação judicial aberta na qual a Air France e a Airbus são processadas por homicídio involuntário.
O promotor público de Paris, Jean Quintard, afirmou que a prioridade de sua investigação é conhecer as circunstâncias do acidente para que se determine os responsáveis, um trabalho para o qual, segundo ele, não é necessário recuperar os corpos que permanecem entre os restos do avião.
No entanto, o representante o Ministério Público assegurou que alguns familiares das vítimas manifestaram seu desejo de recuperar os corpos e declarou que “a justiça não é insensível” a dor dessas pessoas.
Os dois corpos recuperados até agora estão sendo analisados em um laboratório e na semana que vem se saberá se será possível recuperar o DNA no interior de alguns ossos.
Dos 228 passageiros que estavam a bordo, de 32 nacionalidades, haviam 72 franceses e 59 brasileiros.
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