O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, advertiu hoje (7/6) que o déficit público do país está em “pior” situação do que se pensava antes, chegando a 156 bilhões de libras (177,84 bilhões de euros). Segundo ele, isso terá efeito direto no “estilo de vida” de toda a população britânica.
O premiê logo acusou o governo anterior do trabalhista Gordon Brown de gastar de maneira “excessiva”. Se não houver cortes nos gastos públicos, o Tesouro terá de pagar 70 bilhões de libras (79,8 bilhões de euros) em juros da dívida em cinco anos, uma quantia que supera o que se investe em áreas como educação, transporte e medidas contra a mudança climática, afirmou Cameron.
Leia também:
Opinião: Pacote de cortes de despesas britânico atinge os mais pobres
Clegg promete maior reforma política no Reino Unido em quase 180 anos
Ministro da economia britânico renuncia após escândalo por uso indevido de verba pública
“A forma como enfrentaremos essas coisas afetará nossa economia, nossa sociedade e certamente nosso estilo de vida”, ressaltou. “As decisões que tomarmos afetará cada um neste país. E os efeitos dessas decisões nos acompanharão durante anos, talvez décadas à frente”.
Segundo ele, é por isso que o governo quer explicar à população a situação na qual estão as finanças públicas de maneira “transparente, responsável e justa”.
“Eu quero que este governo leve adiante um plano inevitável de redução do déficit britânico de modo que fortaleça e una o país”, destacou Cameron, acompanhado pelo responsável do Tesouro, Danny Alexander.
Ele afirmou, porém, que a situação da dívida do Reino Unido é melhor que a da Grécia, país que detém uma dívida pública de 300 bilhões de euros. “Os mercados financeiros globais já não se centram simplesmente na posição financeira dos bancos. Eles querem saber que os governos que apoiaram os bancos nos últimos 18 meses tomam medidas para controlar as finanças”, acrescentou.
Orçamento
No próximo dia 22, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, divulgará no Parlamento o orçamento de emergência para cortar o déficit público.
Em 24 de maio, Osborne havia já havia divulgado o plano de cortes dos gastos públicos para reduzir em 6,25 bilhões de libras (7,125 bilhões de euros) o déficit do país.
Os cortes afetam especialmente a área de informática do governo, assim como os gastos relativos a viagens de funcionários públicos, assistência financeira aos recém-nascidos e aos assessores externos financiados pela administração.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL