Em visita à França, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira (23/11) que pedirá autorização ao Parlamento do Reino Unido para dar início à ofensiva inédita contra o EI (Estado Islâmico) na Síria.
“Nós devemos fazer mais para defender o EI na Síria e no Iraque. Mais pra frente, nesta semana, eu irei defender nossa estratégia para derrotar o grupo no Parlamento. Eu apoio firmemente a ação que o presidente [francês] Hollande tomou de atacar o EI na Síria e estou convencido de que o Reino Unido deveria fazer o mesmo. Claro, esta será uma decisão para o Parlamento tomar”, explicou Cameron.
Agência Efe
David Cameron visitou a França nesta segunda-feira (23/11)
O Reino Unido já é membro da coalizão internacional liderada pelos EUA de combate ao EI, mas até agora participa dos bombardeios somente no Iraque.
Na Síria, porém, os políticos ingleses temem as consequências que uma intervenção poderia ter num país que já passa por uma guerra civil que se arrasta há mais de quatro anos, deixou mais de 200 mil mortos. Além disso, ao contrário de Bagdá, tal ofensiva não é apoiada pelo presidente sírio, Bashar al-Assad.
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Após as declarações de Cameron, o ministro da Defesa britânico, Michael Fallon, veio a público afirmar que existem razões “morais e militares” para que Londres aprove ataques aéreos contra o EI na Síria. Ainda não há uma data fixada para a votação.
O premiê britânico ainda colocou à disposição da França a base aérea do Reino Unido no Chipre, para auxiliar operações contra o grupo extremista. Ele também declarou que seu país fará tudo que puder para apoiar seu “amigo e aliado” — a França — para derrotar o EI, “este culto da morte”.
A visita de Cameron a Paris vem dez dias depois de uma onda de atentados, em ao menos sete localizações diferentes, assolar a capital francesa, matando 130 pessoas e desestabilizando a Europa. Desde a sexta-feira (13/11), quando os ataques ocorreram, a polícia francesa já revistou mil imóveis e prendeu 117 pessoas. O país também decretou a extensão do estado de emergência, que permanecerá em vigor até o dia 26 de fevereiro de 2016.
Na Bélgica, 16 pessoas foram presas em uma operação antiterrorismo no domingo (22/11) e o país declarou “alerta máximo”. Acredita-se que Salah Abdeslam, cidadão francês e um dos supostos atiradores de Paris, tenha fugido para Bruxelas. Ele ainda não foi encontrado.