A seis dias da data das eleições estaduais no México, o candidato do antigo partido governista ao governo de Tamaulipas, no nordeste do país, foi assassinado na manhã desta segunda-feira (28/6). Rodolfo Torres Cantú, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), era considerado favorito para a eleição de 4 de julho e foi metralhado junto com um deputado e quatro seguranças enquanto ia para o aeroporto de Ciudad Victoria, capital do estado.
Além de Torres, os outros mortos eram o deputado estadual Enrique Blackmore (também do PRI), o chefe da segurança, Aureliano Balleza, e os guarda-costas David Castelo, Dante Quirós e Gerardo Subiate. Eles estavam em duas vans a poucos quilômetros do terminal quando foram alvejados.
EFE
O presidente do México, Felipe Calderón, reuniu o gabinete no palácio presidencial para analisar a situação. Em seguida, em entrevista coletiva, Calderón condenou o assassinato.
“Trata-se não só do assassinato de um candidato, mas de uma agressão contra as insitituições”, disse.
O presidente afirmou ainda que o crime organizado é a a maior ameaça para a sociedade mexicana, e por isso a luta pela segurança “deve ser uma luta acima de partidos e diferenças políticas” e que “deve ser uma luta de todos”. Segundo Calderón (que é do PAN, adversário do PRI), fatos como este são a razão pela qual o governo federal combate o crime em Tamaulipas e outros estados.
Tamaulipas é um dos estados mexicanos mais afetados pela guerra entre policiais e quadrilhas de traficantes – como os Zetas, o Cartel do Golfo e o Cartel de Sinaloa. Só em 2010, já foram registrados 450 assassinatos relacionados à guerra do tráfico; em 2009, foram mais de mil. O controle do território por traficantes é muito forte. Nos últimos meses, autoridades impuseram toque de recolher em várias cidades do estado, devido à violência e às chacinas.
O PRI esteve no poder no México ininterruptamente entre 1929 e 2000, quando perdeu a presidência para Vicente Fox, do PAN, que em 2006 foi sucedido pelo correligionário Felipe Calderón.
Reações
O assassinato de Torres gerou imediatamente reações na cúpula do PRI, que acusaram o governo federal de ter responsabilidade no crime. Também em coletiva, o líder do partido em Tamaulipas, Alejandro Armenta Mier, declarou que a morte do candidato “se soma aos 25 mil executados no resto do país, graças à guerra que o presidente Calderón vem perdendo desde o início, quando declarou combate ao crime organizado”.
Segundo Armenta, os adversários “estão acostumados a um clima de violência. Por isso, trouxeram capangas de outros estados para intimidar quem vai votar neste 4 de julho. Faço um apelo aos nossos adversários para que ajam com civilidade e não estimulem um clima de violência no dia da eleição”.
Uma das líderes do PRI, Mercedes del Carmen Guillen, também atribuiu a Calderón a responsabilidade pela morte de Torres e outros políticos.“Faço um desabafo como mexicana: Não podemos permitir que isto continue acontecendo. Diariamente, perdem-se vidas por culpa do governo federal, quem tem perdido a guerra ao tráfico de drogas”, afirmou.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL