Os cardeais da Igreja Católica fizeram nesta segunda-feira (04/12), no Vaticano, as duas primeiras congregações gerais que precedem o início do conclave para eleger o novo Papa que vai suceder Bento XVI. No primeiro dia, eles oraram, debateram e decidiram enviar uma mensagem ao agora Papa Emérito, que renunciou em 28 de fevereiro.
Efe
Vista geral da primeira reunião de parte do conclave que irá eleger o novo papa. Ainda faltam 12 cardeais
Novos encontros devem acontecer diariamente até a formação do conclave para a escolha do sumo pontífice, prevista para o início da semana que vem. A Santa Sé confirmou que 101 dos 115 cardeais envolvidos no conclave já estão no Vaticano. Outros 12 chegariam até terça-feira, e dois não devem participar do processo.
Nas reuniões pré-conclave, os cardeais discutirão desafios futuros e analisarão de forma discreta possíveis candidaturas a papa. A data exata do início do conclave deve ser definida nos próximos dias.
Se no conclave de 2005 desde o primeiro momento se destacaram os cardeais Joseph Ratzinger e Carlo Maria Martini, no próximo, que previsivelmente começará em 11 de março, não se veem figuras destacáveis, e segundo os observadores vaticanos há uma forte fragmentação no Colégio Cardinalício.
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Essa fragmentação também se vê no fato de inclusive grupos fortes, como são tradicionalmente os italianos, os norte-americanos e os latino-americanos estarem divididos, sem terem por enquanto um candidato a quem apoiar.
“Vatileaks”
O “Vatileaks” – como ficou conhecido o escândalo da publicação de documentos privados de Bento XVI e da Santa Sé, que revelam intrigas no pequeno estado – foi muito lembrado pela imprensa neste primeiro dia de reuniões e foi pergunta obrigatória dos jornalistas aos cardeais.
Um deles, o espanhol Carlos Amigo Vallejo, declarou que o assunto terá um peso “irrelevante” no conclave. Já o brasileiro Raymundo Damasceno disse à imprensa italiana que certamente esse fator “pesará” na hora de escolher o papa.
O dossiê do “Vatileaks” preparado por três cardeais octogenários – e que portanto não poderão entrar no conclave – só é conhecido por eles mesmos e Bento XVI.
Perante a possibilidade de que esses três cardeais – o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Josezf Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi – informem aos demais, Lombardi afirmou que “saberão em que medida poderão e deverão dar informações” a quem o pedir.
Os cardeais norte-americanos Francis George e Donald Wuerl disseram à imprensa que “com certeza” durante as reuniões se falará do “Vatileaks”. Lombardi afirmou que é “normal” que alguns cardeais estejam interessados em conhecer a situação da Igreja e da cúria em geral.
* Com informações da BBC Brasil e da Agência Efe