O ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior venceu as eleições presidenciais de domingo (18/03) na Guiné-Bissau com 48,97% dos votos. Desta forma, terá de disputar o segundo turno de 22 de abril com o ex-presidente Kumba Yalá.
Pelos resultados provisórios da CNE (Comissão Nacional das Eleições), Kumba Yalá – que pediu a anulação das eleições por suposta fraude – ficou em segundo lugar, com 23,36% dos votos.
Portanto, Gomes, do governante PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), e Yala, do PRS (Partido da Renovação Social, principal grupo opositor), devem se enfrentar em um segundo turno.
O terceiro candidato mais votado foi Manuel Serifo Nhamadjo, dissidente do PAIGC, com 15,75% dos votos, enquanto em quarto lugar ficou o ex-presidente Henrique Rosa, com 5,4%.
Da mesma forma que Yala, Serifo e Rosa também exigiram a anulação das eleições por suposta fraude.
As eleições – às quais foram convocados cerca de 580 mil guineanos – foram realizadas sem incidentes após a morte, em janeiro, do presidente Malam Bacai Sanha, em um hospital de Paris, sem que tenha sido divulgada a causa de sua morte.
No final da jornada eleitoral, o ex-chefe dos serviços de inteligência militar da Guiné-Bissau Samba Diallo foi assassinado em um tiroteio próximo de sua casa na capital, Bissau, informou à Agência Efe o ministro da Defesa, Baciro Dja.
Dja disse que está investigando a “execução” do coronel Diallo, que relacionou com antigos desaparecimentos políticas.
Algumas versões não confirmadas oficialmente atribuem a um acerto de contas o assassinato do ex-responsável pela Inteligência militar com o ex-chefe do Estado-Maior José Zamora, substituídos do comando em 2010 em um levante militar.
No entanto, Dja disse que não considerava que o assassinato estivesse diretamente relacionado com as eleições.
As eleições aconteceram em um ambiente de instabilidade política que devasta o país, desde que ele se tornou independente de Portugal em 1974, devido a uma série de enfrentamentos armados, golpes de Estado e motins.
Desde 2000, nenhum dos presidentes escolhidos completou os cinco anos de mandato neste país da África Ocidental.
Guiné-Bissau, que faz fronteira com o Senegal e com Guiné Conacri, tem uma renda per capita e um nível de desenvolvimento dos mais baixos do mundo.
Além disso, o país se transformou nos últimos anos em um grande lugar de passagem do tráfico de drogas que chega à Europa procedente da América Latina.
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