O governo dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (21/12) os dados do Censo Populacional realizado neste ano e revelou não apenas o crescimento da população em 9,7% nos últimos dez anos, mas também a remodelação da influência política entre os estados.
Segundo a pesquisa, o aumento da população foi bastante expressivo em Estados do Sul e do Sudoeste dos Estados Unidos, o que de acordo com a legislação norte-americana implica em mais cadeiras destinadas na Câmara para representantes destas regiões, onde tradicionalmente os republicanos são mais fortes.
Com isso, o desenho do mapa político dos EUA será redesenhado. Ao todo, oito Estados – todos do sul e do oeste – tiveram aumentos populacionais grandes o suficiente para que ganhassem assentos enquanto outros dez Estados – nove da região leste -perderam assentos, em sua maioria estados onde os democratas eram mais fortes. Desta forma, na próxima disputa eleitoral a oposição ao atual presidente democrata Barack Obama deve ganhar mais espaço no Congresso.
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De acordo com os números, o Texas, que agora tem uma população de 25,1 milhões de pessoas, foi o maior beneficiado ganhando quatro cadeiras. A Flórida ganhou mais duas cadeiras, pois sua população atingiu 18,8 milhões, enquanto Geórgia, Carolina do Sul, Arizona, Utah, Nevada e Washington ganharam uma vaga cada. Já a Califórnia manteve 53 cadeiras, permanecendo como a maior representação e uma população de 37,2 milhões de habitantes.
Entre os estados que perderam cadeiras estão Nova York e Ohio, que terão duas vagas a menos, e Nova Jérsei, Massachusetts, Michigan, Pensilvânia, Luisiana, Illinois, Misouri e Iowa perderão uma cadeira.
De acordo com o jornal norte-americano Los Angeles Times, até março o Escritório do Censo irá divulgar a lista oficial do número de habitantes que cada um dos distritos dos EUA, o que servirá de base para que o mapa político seja redesenhado, determinando a ampliação ou redução oficial do número de assentos no Congresso, o que influenciará diretamente nas próximas eleições.
Crescimento populacional
De acordo com o jornal local Washington Post, os dados revelados pelo Censo mostram que 60% do crescimento populacional se deve ao crescimento vegetativo, enquanto outros 40% são atribuídos à imigração, já que esta pesquisa, assim como as realizadas em todos os outros anos, não questiona os habitantes se eles possuem cidadania americana ou se estão no país de forma ilegal, o que impede saber a quantidade de imigrantes ilegais que chegaram ao país nos últimos dez anos.
Apesar de refletir diretamente na atribuição do número de cadeiras na Câmara, o crescimento de 9,7% da população norte-americana registrado nos últimos dez anos é o menor desde os anos 30, quando a população americana cresceu apenas 7,3%. De acordo com a rede de notícias local CNN, na década de 1990, o crescimento foi de 13,2%. Mesmo assim, o crescimento populacional dos EUA é bem maior que o de outros países desenvolvidos. Na França e o no Reino Unido o aumento é de apenas 5% por década.
Atualmente, os cinco estados mais populosos dos Estados Unidos são Califórnia (37,2 milhões de habitantes), Texas (25,1 milhão), Nova York (19,3 milhões), Flórida (18,8 milhões) e Illinois (12,8 milhões). Já os menos populosos são Wyoming (563 mil), Vermont (625 mil), Alasca (710 mil), Dakota do Norte (872 mil) e Dakota do Sul (814 mil).
Os resultados desta pesquisa são publicados a cada dez anos nos EUA e interferem na representação da Câmara dos Representantes para a década seguinte.
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