A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) rejeitou nesta terça-feira (09/08) a análise que aponta a volatilidade financeira dos últimos dias como um prenúncio de uma recessão semelhante à registrada em 2008 e 2009. A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, evitou comparações entre a crise financeira atual e as anteriores. Segundo ela, a comissão monitora atentamente os países da região porque entre seus principais parceiros estão os europeus e por isso deve haver atenção para os impactos causados pela crise.
Leia mais:
Crise pode resultar em maior regulação das agências de risco, dizem especialistas
“Eu não descarto nada em situações atuais”, disse a secretária. “Acho que há uma preocupação, mas não há atenção [dos países que pertencem à Cepal], pois na crise de 2008 muitos foram pegos de surpresa. Agora não, agora não há atenção, há uma preocupação e há instituições observando o que acontece “, acrescentou Alicia.
Para a secretária, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e os órgãos financeiros vinculados à União Europeia estão conscientes da crise e atentos. Alicia lembrou que o Banco Central Europeu emitiu uma declaração “muito forte” em apoio aos países da Europa indicando uma sinalização positiva.
Leia mais:
EUA podem demorar quase 10 anos para recuperar qualificação de AAA, diz S&P
Dilma defende o diálogo como alternativa para crise nos países muçulmanos
Sempre fomos e sempre seremos um país AAA, diz Obama sobre rebaixamento de nota
Líderes mundiais tentam acalmar os mercados antes da abertura das bolsas
Agências não se entendem a respeito da nota da dívida dos EUA
China faz duras críticas aos EUA por rebaixamento de nota da dívida
Segundo a secretária, a manifestação ontem (08/08) do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também mostrou sinais de tranquilidade depois do acordo sobre a dívida norte-americana com o Congresso apesar da redução do rating dado pela agência de análise de riscos Standard & Poors.
“Acho que agora o foco mais importante é na Europa em vez dos Estados Unidos. Eu acho que nos Estados Unidos o debate é altamente politizado, mas continua a ser uma economia forte, com base importante para o desenvolvimento”, disse.
Segundo ela, as economias latino-americanas estão sendo monitoradas pela Cepal de forma contínua. “O que eu vejo de mais preocupante é que os países europeus são importantes parceiros comerciais da China e, em seguida, indiretamente, das economias latino-americanas, particularmente aqueles da América do Sul que podem se ressentir do impacto”, disse.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL