Cerca de 9 mil pessoas estão retidas na fronteira entre Grécia e Macedônia e no porto grego de Pireu, nos arredores de Atenas, após o governo macedônio passar a impedir a entrada de refugiados afegãos na última sexta-feira (19/02).
Segundo a BBC, cerca de 4 mil pessoas estão retidas no porto de Pireu, para onde são encaminhados os refugiados após serem registrados ao chegar nas ilhas gregas, principal porta de entrada de refugiados no país. Da lá elas partem para o campo de Idomeni, na fronteira, onde estão retidas outras 5 mil pessoas, impedidas de entrar na Macedônia, por onde passam para seguir para o centro da Europa, sobretudo Alemanha e países escandinavos.
Agência Efe
Refugiados afegãos aguardavam no sábado (20/02) para passar da Macedônia para a Sérvia, que estaria barrando a entrada deles no país
O governo macedônio determinou que somente refugiados sírios e iraquianos terão a entrada permitida. Os afegãos, entretanto, são o segundo maior grupo de pessoas em busca de asilo na Europa, segundo os dados oficiais de 2015. “Iniciamos negociações diplomáticas [com a Macedônia]. Acreditamos que o problema vai ser resolvido”, disse o ministro-adjunto do Interior para as Migrações, Ioannis Mouzalas, a uma emissora do parlamento grego, sem adiantar que medidas estão sendo tomadas.
NULL
NULL
A Macedônia afirma que os afegãos não estão sendo aceitos por outros países, e portanto acabam tendo que ficar no país. A decisão de barrá-los se deu depois que a Áustria decidiu limitar a 80 o número de pedidos de asilo por dia e a 3.200 o número de pessoas autorizadas a passar pela fronteira.
“Se Áustria fechar as suas fronteiras haverá um efeito dominó” na rota que atravessa os países dos Balcãs, afirmou uma fonte governamental, que acrescentou: “Não esperamos uma solução diplomática hoje”.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, criticou no domingo (21/02) “a inaceitável” decisão da Áustria, que convocou uma minicúpula sobre migrações com os líderes dos países balcãs para quarta-feira (24/02).
“Não funcionará se alguns países pensarem que podem resolver o problema colocando peso extra nas costas da Alemanha”, disse o ministro alemão, acrescentando que vai levantar a questão na próxima reunião de ministros do Interior da União Europeia (UE) na quinta-feira (25/02).
*Com Agência Lusa