A foto mais reproduzida da história completa 50 anos. A boina de guerrilheiro, o cabelo alvoroçado e o olhar firme de Che Guevara fizeram da imagem uma referência.
A foto foi captada no dia 5 de março de 1960 pelo fotógrafo Alberto Díaz, conhecido como Korda, durante o sepultamento das vítimas da explosão do navio francês Le Coubre no porto de Havana, um atentado norte-americano contra a recém-ocorrida Revolução Cubana.
No mesmo dia, Fidel Castro proferiu seu famoso discurso “Pátria ou Morte” pela primeira vez e decretou que o argentino Che Guevara passara a ser considerado um “cubano de nascimento”.
A data foi marcada por um leilão em Cirencester, no Reino Unido, que vendeu fotos dos dois companheiros em situações descontraídas: papeando com intelectuais, pescando e até jogando golf. O lote de imagens, também feitas por Korda, foi vendido por 35.240 euros a preços de hoje, de acordo com a BBC.
Korda, posteriormente, afirmou que, no momento em que bateu a foto, não podia se dar conta de que sua máquina Leika estava captando uma imagem que percorreria todo o mundo em capas de livros, cartazes políticos, fachadas de edifícios e, sobretudo, em camisetas que jamais sairiam de moda.
A foto “não foi concebida, foi intuída”, resumiu Korda, citado hoje pela imprensa cubana. Ele explicou que no laboratório, quando revelou a foto, trabalhou para ressaltar o olhar de Che: recortou do lado esquerdo da tomada horizontal o perfil de outra pessoa, e do direito, uma palmeira tropical.
Segundo ele, Guevara tinha um olhar intenso, que o pasmou por alguns instantes, antes do primeiro clique. Mas, mas em seguida, ele fez dois instantâneos, um vertical e outro horizontal, antes que Che desaparecesse em meio aos ilustres personagens que estavam na primeira primeira fila: o casal de filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
Korda não foi pago pela reprodução da foto, ao contrário do empresário italiano que estampou o primeiro cartaz com a imagem e vendeu um milhão de cópias, sem mencionar a autoria.
No ano 2000, quando tinha 72 anos, Korda entrou na Justiça contra a marca de bebidas Smirnoff que usou sua foto em campanha publicitária. O fotógrafo ganhou o caso e foi indenizado em 60 mil dólares. Ele morreria um ano depois.
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