O governo do Chile anunciou nesta sexta-feira (23/4) que este ano lançará dois bônus globais de dívida por um total de 1,5 bilhão de dólares, algo nunca feito na história do país, para financiar a reconstrução dos estragos causados pelo terremoto de 8,8 graus na escala Richter, ocorrido no dia 27 de fevereiro.
“Iremos aos mercados internacionais de capital pela primeira vez desde 2004 para conseguir 1,5 bilhão de dólares “, declarou o ministro chileno da Fazenda, Felipe Larraín, em entrevista coletiva em Nova York.
O ministro disse que o governo de Sebastián Piñera procura aumentar recursos para financiar a reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto. Os bônus também servirão para custear o plano de investimentos elaborado pelo governo chileno, segundo Larraín, que está em Nova York para apresentar a operação aos analistas e financeiros reunidos em uma reunião de trabalho no Conselho das Américas.
“A República do Chile esteve ausente dos mercados de dívida internacionais desde 2004”, disse Larraín.
Atualmente, as autoridades chilenas trabalham na contratação do banco que será encarregado de emitir os dois futuros bônus. Segundo o ministro, já há investidores interessados. Em breve, o país fará o registro da operação na comissão que regula a Bolsa de Valores do Chile,
Um deles, no valor de 1 bilhão de dólares, será emitido na moeda norte-americana com um prazo de dez anos. O outro será de 500 milhões de dólares, mas emitido em pesos chilenos, também com vencimento de dez anos.
“Esta será a primeira emissão de um bônus global em pesos na história do Chile”, anunciou o ministro.
Mudança
A operação é uma mudança da estratégia chilena para buscar recursos no mercado de capitais, onde a dívida do país é a mais bem avaliada da América Latina. De acordo com Larraín, a decisão foi tomada para de fomentar a internacionalização do peso chileno.
Durante a entrevista coletiva, Larraín mostrou confiança no sucesso da operação e destacou que o país já é um credor líquido. A dívida chilena atualmente não supera 1% do PIB (produto interno bruto).
“Esperamos conseguir boas condições com estes bônus”, afirmou o ministro.
Segundo o governo chileno, o custo do terremoto e do maremoto chegará a 29,7 bilhões de dólares, o que equivale a 18% do PIB. Para reconstruir o país, serão necessários 9,3 bilhões de dólares até 2013.
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