Atualização às 12h25
O governo chinês criticou nesta segunda-feira (17/06) o comunicado final do G7 e afirmou que os líderes de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, além da União Europeia, não são qualificados para representar a comunidade internacional.
“O G7 não é qualificado para representar a comunidade internacional e vai contra a tendência dos tempos de desenvolvimento pacífico”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lian Jian.
O representante do governo liderado pelo presidente Xi Jinping respondeu inúmeras perguntas dedicadas à cúpula dos líderes do G7, realizada na Puglia, no sul da Itália, até a última sexta-feira (14/06), e acusou os líderes do grupo de “se desviarem do caminho certo da cooperação vantajosa para todos”.
A crítica está ligada ao documento final da cúpula em Borgo Egnazia que “lança acusações infundadas contra China em diversas áreas, incluindo a questão de Taiwan, o Mar do Sul da China e questões de direitos humanos”.
Segundo Lian Jian, a declaração dos líderes está “cheia de arrogância, preconceito e mentiras”.
“A declaração mais uma vez manipulou questões relacionadas com a China, caluniou e atacou a China, voltou a propor clichês que não têm base factual, nem base jurídica, nem justificação moral”, criticou.
Durante a cúpula liderada pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o “azedamento das relações comerciais com a China e as tensões sobre a Ucrânia e o Mar da China Meridional” estiveram no centro das discussões.
Entre outras coisas, o comunicado do G7 alertou Pequim para parar de enviar componentes de dupla utilização, civis e militares para apoiar a indústria bélica russa contra a Ucrânia.
Além disso, utilizando uma linguagem mais forte do que a da cúpula de Hiroshima do ano passado, o texto final criticou a “militarização e as atividades coercivas e intimidadoras” da China no Mar do Sul.
Agora, existe a expectativa de que o governo chinês convoque os diplomatas de cada país do G7 para expressar “decepção formal” com as opiniões expressadas na cúpula, assim como fez no passado.
EUA fabricam fake news sobre a China
Lin Jian ainda abordou os Estados Unidos durante a coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17/06). Segundo ele, Pequim espera que Washington pare de espalhar informações falsas sobre outros países.
“Esperamos que os EUA corrijam a sua mentalidade, assumam a responsabilidade de uma grande potência e parem de fabricar e difundir informações falsas sobre outros países”, disse o diplomata.
A declaração ocorre após a publicação de uma matéria pela agência britânica Reuters que apontava para a realização, pelo Pentágono, de uma campanha para desacreditar uma vacina chinesa contra a covid-19, a fim de minimizar a influência da China no Sudeste Asiático e em outras regiões.
Ainda segundo a publicação da Reuters, o material divulgado tinha o objetivo de “semear o medo da vacina chinesa”, e foi inserido em diversas plataformas no Oriente Médio, Ásia Central e Sudeste Asiático e a operação adquiriu especial envergadura nas Filipinas, onde as contas controladas pelo Pentágono espalham o medo tanto sobre a vacina chinesa Sinovac como sobre qualquer ajuda da China.
De acordo com a apuração ficou demonstrado mais uma vez que os EUA manipulam as redes sociais, difundindo informações falsas, disse o porta-voz chinês. “Os EUA utilizam consistentemente a prática de envenenar a opinião pública e caluniar a imagem de outros países”, acrescentou.
Além de espalhar desinformação sobre a vacina chinesa, os EUA também procuram difamar a iniciativa da Nova Rota da Seda, bem como espalhar calúnias sobre a alegada superprodução de automóveis na China utilizando novas fontes de energia, observou Lin Jian.
(*) Com Ansa e Sputnik