A China condenou as sanções anunciadas pelor governo dos EUA contra a petrolífera venezuelana estatal PDVSA, em mais uma jogada de Donald Trump para pressionar Nicolás Maduro e demonstrar seu apoio à tentativa de golpe de Estado pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.
De acordo com o anúncio realizado nesta segunda-feira (28/01) pelo secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, serão bloqueados US$7 bilhões em ativos da PDVSA nos EUA. Segundo Bolton, as sanções afetarão ainda US $ 11 bilhões em exportações no próximo ano.
O objetivo da medida é tentar evitar que Nicolás Maduro desvie ativos da Venezuela até que a presidência do país seja assumida por um novo governo. “O caminho para um alívio nas sanções para a PDVSA passa pela transferência rápida de controle para o presidente interino ou um governo subsequente, eleito democraticamente”, explicou Mnuchin. Para Bolton, Maduro e seus aliados “não podem mais roubar os bens do povo venezuelano”.
A China, por sua vez, rapidamente respondeu ao ataque e condenou as sanções econômicas impostas à Venezuela pelos Estados Unidos, advertindo que a nação norte-americana deve responder pelas graves consequências dessa medida para o país sul-americano.
“As sanções de alguns países contra a Venezuela deterioram a vida da população, elas devem ser responsabilizadas pelas graves consequências que essas sanções irão causar”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang em entrevista coletiva nesta terça-feira (29/01).
O diplomata afirmou ainda que a China se posiciona contra “sanções unilaterais”, pois “A história mostra que intervenções ou sanções estrangeiras só complicam a situação, sendo incapazes de resolver o problema ”, disse.
Além disso, Shuang reiterou que Pequim reconhece Maduro como o legítimo chefe de Estado, apesar de toda a pressão colocada sobre ele.
Na última semana a China já havia saído em defesa da legitimidade da presidência de Maduro, assim como países da América Latina e Rússia.
Durante o fim de semana, em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, 19 dos 35 países assistentes que compõem o órgão, incluindo a China, se manifestaram pela não ingerência nos assuntos internos da Venezuela.
A crise no país começou depois que o deputado oposicionista e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela na última quarta-feira (23/01), em uma tentativa de golpe de Estado durante um comício em Caracas.
Logo depois do ato o presidente norte-americano Donald Trump apoiou a tentativa de golpe no país e os EUA seguem tentando influenciar nos assuntos internos da Venezuela.
Resposta aos EUA será ‘simétrica’
Depois do anúncio das sanções impostas pelos EUA contra a PDVSA, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro tamb´em condenou os EUA a quem acusa que querer roubar as riquezas de seu país.
Em pronunciamento na capital Caracas nesta segunda-feira (28/01), Maduro disse que a petrolífera estatal tomará medidas legais para impedir a concretização das sanções e proteger a empresa. “Os EUA hoje decidiram tomar o caminho de querer roubar a empresa CITGO [petrolífera subsidiária da PDVSA nos Estados Unidos] à Venezuela e é um caminho ilegal”, afirmou maduro. “Já dei instruções ao presidente da PDVSA e à CITGO para que iniciem as ações legais para defender a propriedade e as riquezas”, afirmou.
O presidente venezuelano também prometeu uma “resposta simétrica” às medidas dos EUA no futuro imediato, para “proteger os interesses da Venezuela”.
* Com ANSA e teleSur
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