A embaixada da China na União Europeia rebateu nesta terça-feira (15/06) a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de exagerar a suposta ameaça que o país asiático representaria e disse que a aliança militar tenta “criar confrontos”.
Em declaração, os representantes chineses pediu que a Otan observe o desenvolvimento da China “racionalmente”.
O posicionamento chega um dia após a reunião de cúpula da Otan em Bruxelas, na Bélgica, durante a qual os Estados-membros adotaram uma inédita posição comum sobre a China, afirmando que “suas ambições e seu comportamento assertivo representam uma ameaça sistêmica à ordem internacional”.
A embaixada, na nota, afirma que as acusações da Otan são uma “calúnia contra o desenvolvimento pacífico da China” e a “continuação de uma mentalidade da Guerra Fria”. Além disso, a sede diplomática pediu para a aliança militar “parar de exagerar as diferentes formas de ‘teoria da ameaça chinesa'” e “não usar os legítimos interesses e os direitos legais” do país como “desculpa para manipular a política do grupo”.
No dia anterior, Pequim já havia criticado o G7, que se reunira no fim de semana no Reino Unido, acusando o grupo de “manipulação política” e de “interferência” em seus assuntos internos.
Divulgação/ Nato
Cúpula da Otan ocorreu nesta segunda em Bruxelas, durante a qual os Estados-membros adotaram uma posição comum sobre a China
A resposta ocorreu após os países ricos do grupo cobraram colaboração da China em uma segunda investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem do novo coronavírus e criticaram o que classificaram como “violações dos direitos humanos” da minoria uigure em Xinjiang e “ataques à liberdade” em Hong Kong.
“O grupo dos sete explora as questões relativas a Xinjiang para se dedicar à manipulação política e interferir nos assuntos internos da China”, disse um porta-voz da embaixada do país asiático em Londres.
A união dos organismos ocidentais contra a China é capitaneada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está na Europa para sua primeira viagem internacional no cargo. O próprio Biden já indicou que considera o país mais populoso do mundo como uma ameaça maior que a Rússia, que sempre foi a principal antagonista dos EUA.
No entanto, os países europeus adotam uma postura mais ambivalente, embora tenham acatado o novo tom da Otan contra Pequim. Diversos países da Europa devem receber investimentos bilionários de Pequim, especialmente no âmbito da “Iniciativa do Cinturão e Rota”, projeto de infraestrutura apelidado de “nova rota da seda”.
(*) Com Ansa e Sputnik.