Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos desenvolveu um novo acelerador de partículas “de mesa” menor e mais barato, o que representa um grande avanço para os tratamentos médicos e a pesquisa biológica, informou nesta sexta-feira (27/09) a revista Nature.
Este acelerador, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA), é capaz de gerar altas velocidades e pode abrir passagem para a obtenção de pequenos aceleradores de partículas de alta potência. Eles poderiam ser utilizados em escâneres de segurança, tratamentos médicos e em raios-X para a pesquisa biológica.
Um acelerador de partículas é um dispositivo que, graças ao uso de campos eletromagnéticos, acelera as partículas até altas velocidades para que colidam com outras e, assim, se obtenham novas partículas a fim de estudá-las.
Os atuais aceleradores de partículas, cada vez mais utilizados em hospitais para o tratamento de tumores com radioterapia, se baseiam em tecnologia de radiofrequência e costumam ser caros e de grande tamanho.
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No entanto, esta equipe de cientistas buscou uma alternativa para criar aceleradores baseados em materiais dielétricos, normalmente utilizados como isolantes elétricos, e com maior capacidade para suportar fortes campos eletromagnéticos, segundo a pesquisa, publicada na versão digital da Nature.
Estes materiais – entre os quais se encontra o papel, a cerâmica, a borracha e os óleos industriais – foram uma opção muito mais atrativa para os cientistas por seu baixo custo, peso e tamanho.
O novo acelerador criado pelos pesquisadores de Stanford é alimentado através de uma fonte inovadora: um laser infravermelho mais barato e fácil de conduzir que os aceleradores de radiofrequência. Além de seu baixo custo e sua forma mais compacta, segundo os cientistas, este acelerador de “mesa” é capaz de sustentar altos níveis de aceleração (mais de 250 bilhões de eletrovolts) durante períodos relativamente longos.
Segundo o trabalho, liderado por Robert Byer, este é o primeiro acelerador destas características capaz de acelerar partículas a uma velocidade que previamente só poderia ser gerada por máquinas em massa e de grandes custos.