Químicos da Rússia e seus colegas chineses desenvolveram uma nova técnica para a extração de ouro do minério que permite reduzir o custo do metal precioso em 30-40%, informa o serviço de imprensa da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia da Rússia (NITU “MISIS”).
“A possibilidade de introduzir nossa tecnologia na produção será afetada pelo custo de uma onça de ouro [31,3 gramas, aproximadamente]. Naturalmente, há tecnologias ainda mais eficientes que extraem quase todo o ouro do minério, mas requerem custos enormes, por isso sua introdução não é prática mesmo agora. Com nossa tecnologia podemos obter 85-90% – é a figura padrão e mais aceitável”, explicou o professor universitário Vadim Tarasov.
Contrariamente às idéias centenárias de como o ouro se produz, hoje a maior parte deste metal precioso é extraído da Terra não na forma de pepitas ou areia dourada, como era no século 19 e em períodos históricos anteriores, mas por processamento químico de cobre e outros minérios, que contêm ouro.
Philip Taylor / Flickr CC
Barra de ouro: 'Com nossa tecnologia podemos obter 85-90% – é a figura padrão e mais aceitável', diz professor universitário Vadim Tarasov
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O metal é extraído diretamente das rochas com a ajuda de água e compostos de ácido cianício, que são facilmente combinados com ouro. Esta técnica permite tomar quase todo o ouro do minério, mas este processo, como nota o serviço de imprensa da universidade, é extremamente lento e caro – precisa de pelo menos 100-120 horas, e uma onça do ouro, assim recebida, custará cerca de US$ 800 (cerca de RS 2.400).
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Químicos da NITU “MISIS” e seus colegas chineses de empresas de mineração desenvolveram uma nova técnica para a extração de ouro, que permite reduzir os custos em 30-40%. É baseada no uso não só de compostos de cianeto para extrair ouro da rocha, mas também de amônia. A tecnologia funciona entre quatro a oito vezes mais rápido do que o método clássico e está muito menos exposta a impurezas indesejadas, como o cobre, dizem os cientistas. Graças a isso, os mineiros vão gastar muito menos esforços e recursos na limpeza de ouro de cobre do que antes.
A nova metodologia, de acordo com o serviço de imprensa da universidade, já foi testada em um dos depósitos de ouro no Tajiquistão, onde o minério aurífero contém uma grande quantidade de cobre. Segundo os cientistas, a tecnologia russa lidou com a tarefa de separar o cobre do ouro, o que não era possível alcançar com métodos ocidentais de extração de metal das rochas, e reduziu o tempo que leva para processar o minério em cerca de cinco vezes.
Segundo os cientistas da NITU “MISIS”, a aplicação deste método é possível em todos os depósitos de minério na Rússia. Além disso, como observa Tarasov, a mesma tecnologia pode ser usada para “extrair” ouro de eletrônicos defeituosos e computadores usados.