Cinco anos depois do derramamento causado pela multinacional BP (British Petroleum) no golfo do México, pescadores mexicanos receberam a centésima parte do que a empresa fora obrigada a pagar aos afetados em Alabama, Florida, Luisiana, Misisipí e Texas, além do governo federal dos Estados Unidos, como informa o jornal El País nesta quinta-feira (30/04).
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Manchas de petróleo após acidente de 2010 no Golfo do México
Por essa razão, um grupo de 25 mil pescadores apresentou uma demanda em tribunais norte-americanos para receber indenização semelhante à que fora paga no país vizinho. Trata-se da primeira demanda de um coletivo não norte-americano apresentada contra a empresa.
O derramamento em Macondo, em 2010, foi de quase cinco mil barris e foi considerado uma das maiores catástrofes ecológicas na América. De acordo com a BP, foram pagos mais de US$ 1,8 bilhão em indenizações aos pescadores norte-americanos. Os mexicanos, no entanto, não receberam sequer um centésimo do valor e o governo do país negou qualquer ação legal contra a empresa.
A secretaria de Meio Ambiente do México, à época do então presidente Felipe Calderón (2006-2012), afirmou que não atuaria legalmente contra a petroleira e com isso descartou qualquer ação conjunta legal com os pescadores mexicanos afetados.
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Acidente provocou danos irreparáveis na vida marinha da região
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Hoje, milhares de espécies de peixes apresentam problemas e as águas não foram tratadas e, de acordo com os pescadores, alguns danos seriam irreparáveis.
“Não é possível que a compensação tenha se limitado ao território dos Estados Unidos e não se estenda ao golfo do México. Há pelo menos 30 espécies migratórias que compartilhamos com os Estados Unidos e os danos são enormes aqui”, disse Horacio Polanco, representante legal dos pescadores no México.
De acordo com dados do governo, os danos causados pelo derramamento chega a US$ 11 milhões.