A coalizão governista uruguaia Frente Ampla lamentou a morte do dissidente político cubano Orlando Zapata Tamayo, mas defendeu a soberania da ilha em relação aos seus problemas internos.
“A Frente Ampla lamenta a perda de vidas humanas de onde seja, por considerar que este falecimento é tão lamentável como aqueles que ocorrem em outras regiões do mundo”, ressaltou uma nota aprovada ontem (22) pela mesa diretora da legenda. Mas para o partido do presidente José Mujica, as questões relativas a Cuba precisam ser revolvidas “sem pressões e intervenções de interesses estrangeiros”.
leia também:
Opinião: Cuba é uma ditadura?
Opinião: Cuba, direitos humanos e hipocrisia
Raúl Castro lamenta morte de dissidente cubano após greve de fome
Assessor de Lula diz que estratégia de dissidentes cubanos é equivocada
“Diante da nova campanha internacional promovida nestes dias contra a irmã República de Cuba, [a Frente Ampla, ndr.] reafirma que deve ser o próprio povo cubano que deve resolver seus problemas”, indicou o texto.
A coalizão governista destacou que, “há 50 anos, o povo e o governo cubano padecem de um bloqueio que viola diariamente seus direitos humanos e que foi condenado em diversas oportunidades pela maioria dos países que integram as Nações Unidas”.
“De acordo com isto, a Frente Ampla rechaça as sanções econômicas e o bloqueio comercial dos Estados Unidos da América contra o povo de Cuba e exige que o mesmo seja levantado de forma imediata para que esse país exerça plenamente sua autodeterminação e o direito de resolver seu destino da forma que acredita ser o mais conveniente”, defendeu a legenda.
A Frente Ampla recentemente bloqueou no Congresso uruguaio, onde possui maioria no Senado e na Câmara dos Deputados, uma declaração sobre a morte de Zapata. O documento havia sido apresentado pelos opositores Partido Nacional e Partido Colorado.
Zapata, de 42 anos, morreu no último dia 23 de fevereiro após ficar 85 dias em greve de fome como forma de protestar por melhores condições aos presos políticos.
Ele fazia parte do grupo de 75 dissidentes detidos em 2003 e dos quais 53 ainda continuam em penitenciárias. O cubano cumpria uma pena de 36 anos por diversos crimes, entre eles o de injúria.
Após a morte de Zapata, o também dissidente cubano Guillermo Fariñas iniciou uma greve de fome nos mesmos moldes exigindo a libertação dos “presos políticos”, que o governo da ilha diz não reconhecer como tais.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL