A Justiça colombiana condenou, nesta terça-feira (12/01), Edilberto Sánchez Rubiano, coronel da reserva do Exército, e Óscar William Vásquez, major também reformado do Exército colombiano, a 40 anos de prisão por julgá-los culpados por desaparecimentos de civis na ação militar que retomou o controle do Palácio de Justiça do país, em novembro de 1985.
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Caso da tomada do Palácio de Justiça, em 1985, foi retratado na série de televisão “Narcos”
Sánchez Rubiano comandou o grupo B-2, responsável pelas pessoas que foram resgatadas na retomada do Palácio de Justiça, que havia sido invadido por membros do grupo guerrilheiro M-19. De acordo com os números oficiais, 98 pessoas morreram no confronto entre as Forças Armadas e os guerrilheiros. A ocupação durou cerca de 27 horas.
O coronel foi condenado por um tribunal de Bogotá, capital do país, pelo crime de desaparecimento forçado de Carlos Augusto Rodríguez Rivera e Bernardo Beltrán Hernández, funcionários da cafeteria do Palácio.
De acordo com a sentença, Sánchez Rubiano era o encarregado dos interrogatórios das pessoas retiradas do Palácio de Justiça, realizados na Casa del Florero, local próximo ao Palácio. O julgamento do coronel se encerrou em 2013, mas a sentença não havia sido emitida. O juizado emitiu a ordem de prisão de Sánchez Rubiano, que se encontra em liberdade. Ele foi preso em 2006, mas foi libertado dois anos depois.
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O major Óscar William Vásquez também foi condenado a 40 anos de prisão pelo desaparecimento de Rivera, Hernández e da guerrilheira Irma Franco. Outros três militares acusados de envolvimento nos desaparecimentos foram absolvidos.
A Justiça não condenou os militares pelo desaparecimento de outras oito pessoas. Segundo o juiz, a promotoria deve “aperfeiçoar” a acusação desses casos, já que, segundo ele, não há provas suficientes.