O ministro de Interior e Justiça da Colômbia, Germán Vargas, anunciou que pedirá ao presidente Juan Manuel Santos que estude a hipótese de liberar os dados confidenciais que os organismos de segurança recolheram de maneira indevida.
“Estive examinando a possibilidade com o general [Oscar] Naranjo [diretor da Polícia Nacional] e esperaria conversar com o presidente sobre esta questão. Serviria muito a este país desclassificar a informação secreta com as quais as autoridades trabalharam por tantos anos”, declarou Vargas, segundo reportou hoje (13/9) a imprensa local.
O ministro acrescentou que a mudança na categoria atual “ajudaria muito a esclarecer os feitos ocorridos no passado na Colômbia”.
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O jornal televisivo Noticias Uno revelou ontem à noite que Vargas, junto com outros políticos locais, foi objeto de espionagem e perseguição por parte do DAS (Departamento Administrativo de Segurança), o serviço secreto colombiano, por ordem do governo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010) – de quem Santos era titular da pasta de Defesa.
O veículo teve acesso a documentos do organismo que mostram que o atual ministro se reuniu com senadores em 2006 para negociar uma proposição no Senado. O objetivo da espionagem seria decifrar a forma em que o político, mesmo sendo membro da coalizão de Uribe, tentava estruturar um trabalho organizado de oposição.
Juízes
Também estão em processo de investigação as interceptações ilegais que o DAS realizou contra juízes da Suprema Corte de Justiça na época em que o tribunal atuava contra parlamentares, em sua maioria alinhados a Uribe, por supostas ligações com paramilitares.
Vargas exigiu “investigações a fundo” e “condenações exemplares” para os responsáveis por estes atos para “que coisas assim não voltem a se repetir”.
Além de autoridades colombianas, o DAS é denunciado por realizar ações contra outros governos da região. Em outubro de 2009, a Venezuela denunciou uma espionagem da inteligência da nação vizinha contra seu governo, o do Equador e o de Cuba.
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