A Justiça suíça inicia nesta quarta-feira (19/01) o processo contra o ex-funcionário de um banco suíço que entregou há dois dias ao Wikileaks informações confidenciais de clientes da entidade, que supostamente expõem casos de fraude fiscal.
O ex-chefe de operações do banco privado Julius Baer nas Ilhas Cayman, Rudolf Elmer, entregou na segunda-feira em Londres ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, dois CDs que supostamente revelam como clientes da entidade utilizaram suas contas nesse paraíso fiscal para evadir impostos. Elmer, de 55 anos, garantiu que na lista de clientes figuram 40 políticos.
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Um tribunal de Zurique julgará a partir desta quarta o ex-banqueiro, que trabalhou para Julius Baer durante 15 anos, oito deles como diretor da filial nas Ilhas Cayman.
As acusações que enfrenta são: coerção e violação do sigilo bancário suíço, pelas quais a Promotoria pediu pena de oito meses de prisão e pagamento de multa.
Os ataques de Elmer contra seu antigo empregador se remontam ao ano de 2002, quando foi demitido do banco após ter recusado submeter-se a um detector de mentiras.
Ele confirmou em 2005 que o ex-empregado tinha levado documentos internos.
Elmer procurou pela primeira vez em 2008 o Wikileaks, que publicou informações que esse apresentou e que levou à Justiça americana – a pedido do banco suíço – a ordenar o fechamento temporário do site especializado na divulgação de informações confidenciais.
Essa medida foi levantada rapidamente diante dos protestos de grupos de defesa da liberdade de expressão. Simultaneamente, Elmer fez uma campanha contra o sistema baseado no sigilo bancário por meio do seu site, pelo qual critica os bancos suíços e os acusa de falta de moral.
Em seus escritos afirma que a “evasão fiscal offshore (gestão de contas para clientes não residentes) é a maior fraude” e que sua intenção é pôr em questão o princípio do sigilo bancário diante das instâncias da justiça europeia.
O responsável pelo Wikileaks indicou que sua equipe revisará e vai verificar os dados recebidos, e publicará os nomes dos titulares das contas bancárias em duas semanas.
Adiantou que depois poderia divulgar os dados e documentos ao escritório contra a fraude do Reino Unido, onde está em liberdade condicional por causa de uma solicitação de extradição contra si tramitada na Suécia.
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Por sua vez, o banco Julius Baer assinalou que Elmer atua movido por desejos de vingança porque não acumulou suas ambições de ascensão e que seu objetivo é causar descrédito a entidade.
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