Os resultados das eleições legislativas na Finlândia não vão afetar o plano de ajuda a Portugal, atualmente em discussão, afirmou nesta segunda-feira (18/04) uma porta-voz da Comissão Europeia, citada pelo jornal português Público.
Nas eleições finlandesas realizadas ontem, o partido de extrema-direita Verdadeiros Finlandeses se consolidou como terceira força política do país nórdico. Como a formação é contra a prática de resgate financeiro, surgiu que o temor de que sua ascensão ao poder comprometesse a ajuda externa a Portugal.
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Hoje, a porta-voz Pia Ahrenkilde Hansen se recusou a “alimentar especulações” sobre eventuais consequências para Portugal do resultado do partido de extrema-direita nas eleições de domingo. “Não vamos certamente contribuir para especulações. Estamos plenamente confiantes que a Finlândia vai continuar a honrar os seus compromissos”, disse ela.
Após a divulgação dos resultados das eleições, o líder do Verdadeiros Finlandeses,Timo Soini, defendeu que a União Europeia deve renegociar o resgate financeiro de Portugal.
“O mais importante é que a Finlândia não precise de pagar pelos erros dos outros”, disse Soini, de acordo com o Público, que cita a televisão pública finlandesa YLE.
“Já se viu que os pacotes de ajudas à Grécia e à Irlanda não funcionaram. Agora as coisas vão começar a ser feitas de outra forma na Europa”, defendeu ele.
Pia Hansen, porém, afirmou ainda que “não há alterações aos projetos” de ajuda e que Bruxelas espera agora que “as forças políticas finlandesas negociem e formem um novo governo”.
“Não vamos interferir nas discussões na Finlândia para formar um novo governo. Tratam-se de questões internas”, reforçou.
Em tese, a Finlândia poderia vetar o auxílio a Portugal, porque diferentemente de outros paises da zona do euro, seu Parlamento pode votar sobre a decisão de aprovar ou rechaçar as medidas do bloco. Atualmente, o país é governado por uma coalizão formada por quatro partidos favoráveis à União Europeia, liderada pelo Partido Central e de Coalizão Nacional
A comissão internacional formada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Central Europeu e Comissão Europeia começou hoje as discussões políticas com o governo português sobre a ajuda a Portugal, depois de uma semana de reuniões técnicas.
Eleições
O Verdadeiros Finlandeses conseguiu 19% dos votos, o que representa 39 assentos parlamentares, oito vezes mais do que nas eleições legislativas de 2007. Trata-se de um feito sem precedentes na história da Finlândia.
O maior derrotado das eleições foi o partido centrista da primeira-ministra Mari Kiviniemi, que caiu sete pontos (obteve 15,8%) e conquistou 35 assentos parlamentares, 17 a menos em comparação com as anteriores eleições.
A taxa de participação foi de 70,4%, mais 2,5 pontos percentuais do que nas anteriores legislativas.
O avanço da extrema-direita na Finlândia teve um efeito imediato nos mercados ao contribuir para a queda da cotação do euro nas principais bolsas asiáticas e europeias.
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