A União Europeia anunciou nesta terça-feira (25/03) que proibiu a emissão de todos os tipos de vistos europeus para os cidadãos da Crimeia em território russo, segundo a assessoria de imprensa da Comissão Europeia. Os documentos só serão concedidos nas embaixadas localizadas na Ucrânia e não serão fornecidos em passaportes russos.
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“De acordo com a decisão do Conselho Europeu, o visto da União Europeia será concedido apenas para os residentes da Crimeia na Ucrânia, porque a Crimeia faz parte desse país (segundo Bruxelas)”, dizia a nota da assessoria. Desse modo, a missão diplomática da UE na Rússia não vai fornecer vistos para residentes da Crimeia em passaportes russos.
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“Os residentes da Crimeia precisam contatar as embaixadas dos países relevantes na Ucrânia para conseguir um visto. Nesse caso, a decisão sobre a concessão do visto caberá ao país”, acrescenta o documento.
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Desde que o tratado de anexação da Crimeia à Rússia foi ratificado pela Câmara Baixa do Parlamento russo na última quinta-feira (20), os dois milhões de habitantes da península adquiriram automaticamente a cidadania russa. É permitido manter a cidadania ucraniana e os cidadãos terão um mês, contando a partir do dia 20, para se decidir. A Rússia deve ser notificada da decisão, que também prevê obrigatoriedade de pedido de residência para continuar na região autônoma. Até agora, cerca de 30 mil habitantes da Crimeia pediram para continuar ucranianos.
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O período de adaptação às regras do tratado durará até o dia primeiro de janeiro de 2015, data limite para que Crimeia e Sebastopol se integrem à legislação e à economia russa, assim como ao seu sistema de administração. No momento, a península tem três idiomas oficiais: russo, ucraniano e crimeano-tártaro.
Crise
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou hoje que o comportamento da Rússia em relação à Crimeia é uma prova mais de fraqueza do que de influência internacional. “A Rússia é um poder regional que ameaça seus vizinhos. Não é um inimigo dos Estados Unidos. Quando se tem autoridade com seus vizinhos, não é preciso invadi-los”, declarou, em coletiva de imprensa.
Agência Efe
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Segundo ele, “as ações da Rússia não são um problema, não significam a ameaça número um para a segurança nacional dos Estados Unidos. Estou muito mais preocupado em relação a nossa segurança pela perspectiva de uma arma nuclear explodindo em Manhattan”.
O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, criticou a postura do Ocidente em relação à anexação da Crimeia. Conversando por telefone com a presidente argentina, Cristina Kirchner, ele lembrou a “importância de se levar em consideração o conjunto das tradições nacionais, históricas e culturais dos povos” da Rússia e Crimeia, segundo comunicado do Kremlin.
Kirchner também criticou as potências ocidentais no processo. Recentemente, ela defendeu a integridade territorial da Ucrânia no contencioso litígio pela Crimeia, mas pediu que o Ocidente não utilize “um duplo padrão” e use o mesmo princípio com relação às Ilhas Malvinas, que “sempre pertenceram à Argentina”.
Enquanto isso, os legisladores ucranianos decidiram hoje destituir o ministro da Defesa, Ihor Tenyukh, por causa do modo como lidou com a crise da Crimeia. O Parlamento votou e escolheu o coronel-general Mykhailo Koval como seu sucessor.