O USCCB (Comitê para a Proteção de Crianças e Jovens da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos) vai propor uma série de normas para a proteção da infância às paróquias e escolas católicas do país.
O objetivo do documento – divulgado na terça-feira (10/8) pela Rádio Vaticana e organizado tendo em vista o início do ano letivo do Hemisfério Norte – é dar uma formação que forneça segurança aos menores e seja adequada para protegê-los de eventuais molestadores.
A diretora associada do organismo da USCCB, Mary Jane Doerr, recordou que os responsáveis pelos abusos tentam fazer das crianças cúmplices, mas a culpa é de quem se aproveita da confiança e da vulnerabilidade dos meninos e meninas.
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“Deus ama as crianças e quer uma vida feliz para elas. Em caso de abusos sexuais, a vergonha cabe somente ao adulto que comete ações vis. Se uma criança é vítima, é preciso ensiná-la, fazer com que saiba que é inocente e amada por Deus e por sua família”, afirma o comunicado difundido pela Rádio Vaticana.
Em caso de violências e moléstias, as crianças precisam aprender a fazer confidências com os pais ou com um adulto no qual confiem, ao invés de manter segredos.
“Devem sempre informá-los quando alguém se comporta de forma anormal e quando recebem presentes. As crianças buscam poupar os pais de notícias ruins, mas precisam aprender que podem contar qualquer coisa a eles”, continua o texto dos bispos norte-americanos.
Outro elemento ressaltado pelo documento é que é possível reconhecer sinais de abusos e que é necessário ensinar a distinguir comportamentos inadequados para interromper o processo com o qual os pedófilos aliciam suas vítimas.
“[As crianças] podem também se defender sozinhas e aprender a reconhecer limites comportamentais”, aponta o texto, dizendo ainda que os menores precisam “saber descrever aquilo que lhes acontece”.
“A capacidade de explicar os acontecimentos leva a criança a confidenciar-se com mais facilidade com os pais”, acrescenta o comunicado.
Segundo o texto, o “objetivo geral das normas é tornar o mais seguro possível o ambiente no qual vivem as crianças”.
A partir do segundo semestre do ano passado, a Igreja Católica passou a ser denunciada em diversos países por episódios de pedofilia cometidos por religiosos – entre as nações que registraram casos estão os Estados Unidos.
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