Novos confrontos entre a polícia e partidários da Irmandade Muçulmana deixaram 13 mortos em várias cidades do Egito nesta sexta-feira (03/01), segundo o Ministério da Saúdo do país. Os militantes da Irmandade Muçulmana, partido do ex-presidente Mohamed Mursi, deposto da presidência em julho de 2013, não aprovam a junta militar que governa o país atualmente. Em comunicado, o partido contestou a informação do Ministério da Saúde egípcio e afirmou que pelo menos 19 pessoas morreram durante os protestos de ontem (03/01).
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Os confrontos mais violentos foram registrados em Nasser Medina, no Cairo, região onde está a Universidade de Al Azhar, um dos locais de referência para os protestos dos últimos dias. Também foram registradas mortes em protestos na Ismailia, Alexandria e Fayoum. Pelo menos 122 pessoas foram presas em todo o território. Segundo o jornal El País, durante as manifestações as pessoas gritavam palavras de ordem contra o atual chefe do exército e Ministro da Defesa, Abdel Fatta al Sisi. Vários veículos foram incendiados e a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogênio e armas letais. Em alguns pontos do país, o exército também agiu para conter os manifestantes.
Agência Efe
Confrontos entre policiais e manifestantes se intensificaram após o anúncio de referendo para votar a nova constituição do Egito
Os protestos recentes a favor da Irmandade Muçulmana também foram motivados pelo referendo de votação da nova constituição, marcado para os dias 14 e 15 de janeiro. A nova constituição vai banir a existência de partidos políticos religiosos e dar mais poder aos militares, que afirmam que o referendo será o retorno do país à democracia. A Irmandade Muçulmana já pediu que a população boicote a votação.
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Desde a deposição de Mohamed Mursi da presidência, o governo interino tenta diminuir a influência da Irmandade Muçulmana, que até 2011, antes da deposição do ditador Hosni Mubarak, vivia na ilegalidade. Na semana passada, o partido voltou a clandestinidade, ao ser classificado pelas autoridades como “grupo terrorista”. Diversos líderes do grupo foram presos e tiveram seus bens confiscados nos últimos meses. O julgamento do ex-presidente, que além de incitar a violência deve responder por ligações com grupos terroristas, acontece em 28 de janeiro.
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De acordo com a agência Reuters, mais de 2000 pessoas morreram nos conflitos, desde julho de 2013, quando Mohamed Mursi foi deposto. Do total, pelo menos 1500 eram partidários ou simpatizantes da Irmandade Muçulmana.