O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou hoje (25) o cerco da Embaixada do Brasil em Honduras, onde está abrigado o presidente deposto Manuel Zelaya, e exigiu que seja imediatamente interrompido.
“Nós condenamos os atos de intimidação contra a Embaixada do Brasil e exigimos que o governo golpista de Honduras cesse o cerco”, disse a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, que atualmente preside o conselho, após reunião de emergência convocada pelo Brasil.
Pouco antes do anúncio, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, exigiu o fim do cerco. “A embaixada está virtualmente sitiada”, disse, durante pronunciamento em sessão aberta do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.
O chanceler chamou de “acossamento” os cortes de luz e energia realizados no começo da semana e a restrição à circulação feita por integrantes das forças de segurança hondurenhas e pelos próprios toques de recolher impostos no país. Ele afirmou que as ações violam a Convenção de Viena.
Pelo 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das missões diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem entrar sem consentimento do chefe da representação.
Dentro da embaixada, permanecem Zelaya, a família dele e cerca de 70 apoiadores, além dos funcionários da missão diplomática brasileira. O grupo diz que o governo golpista, além de racionar a entrega de alimentos e outros materiais, faz barulhos à noite, em uma aparente tentativa de levá-los à exaustão.
Dilma
Durante entrevista coletiva em São Paulo, hoje, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reforçou a posição do governo brasileiro de repúdio ao golpe de Estado em Honduras, afirmou que o destino político do país dependerá de negociações e que o Brasil não intervirá.
“Não existe ditadura mais leve. Ditadura é ditadura, ponto. Sempre fomos contra os golpistas, mas não controlamos o tempo dessa crise”, afirmou.
Dilma criticou aqueles que se posicionam contra o abrigo dado ao presidente deposto. “Zelaya nos pediu abrigo e não teríamos como negá-lo. Muitos que atuam hoje na política brasileira utilizaram o asilo político no passado e hoje criticam a atitude brasileira”.
* Com agências
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