O empresário Fernando de Arruda Botelho, acionista da Camargo Correa, uma das maiores construtoras do Brasil, disse que empresas brasileiras do ramo podem empregar engenheiros e outros profissionais palestinos. “Quatro empresas de construção estão presentes aqui e nós temos um problema de [falta] de mão-de-obra no Brasil”, afirmou Botelho ontem (16), durante seminário empresarial Brasil-Palestina, em Belém, na Cisjordânia.
Além da Camargo Correa, estavam presentes representantes da Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão. “A Camargo está pronta para fazer isso (contratar palestinos)”, disse Botelho. “A construção vai explodir este ano”, acrescentou. O setor passa por um período de boom no Brasil e há falta de profissionais especializados no mercado, sendo que as empresas estão sendo obrigadas a importar mão-de-obra.
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Segundo Botelho, as companhias precisam de gente não somente para obras no Brasil, mas também em outros países, especialmente na África. Um dos principais problemas da Palestina é o desemprego, inclusive de profissionais de nível superior. “Gente boa tem como arrumar cargo”, afirmou.
O ministro da Economia da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Hasan Abu Libdeh, disse que se trata de uma “excelente proposta” que “pode ser uma grande contribuição da indústria brasileira para a causa palestina”. “É uma excelente idéia para aliviar o desemprego”, declarou ele à Anba. “Temos muitos engenheiros que não têm trabalho”, acrescentou.
O ministro destacou que a ANP e o governo brasileiro devem conversar sobre o tema para criar um acordo estabelecendo como os trabalhadores poderão ir ao Brasil e depois voltar à Palestina. Ele quer que os palestinos voltem e tragam a experiência adquirida no exterior.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que é também empresário da construção e vice-presidente da Associação Brasileiras das Indústrias de Base e Infraestrutura (Abdib), disse que os “engenheiros e técnicos que queiram ir trabalhar no Brasil serão muito bem vindos”.
Ele falou sobre os dados do ramo brasileiro de infraestrutura, que passa por forte crescimento, e tem uma necessidade anual de investimentos da ordem de 110 bilhões de dólares. Além da exploração e produção nas novas fronteiras petrolíferas brasileiras, Schahin citou os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, e as obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
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