Os Estados Unidos suspenderam a instalação de um “muro virtual” na fronteira com o México para o combate à imigração ilegal. O projeto, aprovado pelo ex-presidente George W. Bush (2001-2009), previa fortalecer a segurança na fronteira com torres de observação, radares, sensores de movimento e potentes câmeras de alta tecnologia capazes de distinguir entre pessoas e gado a uma distância de aproximadamente 16 quilômetros.
A atual administração retirou 50 milhões de dólares que seriam investidos no plano, após detectar inúmeras falhas. “O sistema de sensores e câmeras, conhecido como SBInet, está imerso em problemas desde 2006, como custo elevado e prazos de instalação não cumpridos”, afirmou a secretária de Segurança dos EUA, Janet Napolitano, em comunicado divulgado pela Reuters. Após executar as primeiras provas técnicas em 2009, que revelaram os problemas operacionais, Napolitano ordenou uma revisão completa em janeiro desse ano.
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A meta do SBInet é a de integrar tecnologias novas e existentes para permitir à polícia detectar imigrantes ilegais. As críticas se concentram no uso de recursos no desenvolvimento de novos sistemas, em vez de se utilizar tecnologias disponíveis, comprovadamente eficientes, segundo especialistas.
O senador republicano John McCain (Arizona), crítico do programa SBInet, aprovou a decisão de Napolitano. “Em vez de gastar mais de um bilhão de dólares dos contribuintes em um sistema falido de sensores e câmeras, a secretária Napolitano decidiu voltar à tecnologia comercial disponível, que pode ser usada de imediato para a segurança da fronteira”, disse em comunicado.
A interrupção do programa não afeta, porém, a construção de um muro físico na fronteira entre o México e os EUA, de mais de três mil quilômetros. O Departamento de Segurança pediu recursos ao Congresso norte-americano para continuar com a construção, que deve cobrir ao menos 100 quilômetros de fronteira.
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