A Coreia do Sul exigiu nesta quinta-feira (28/11) que a China modifique a zona de defesa aérea (ADIZ, sigla em inglês) que estabeleceu no último sábado (22), já que ela sobrepõe à dos sul-coreanos. Pequim rejeitou o pedido.
O vice-ministro da Defesa sul-coreano, Baek Seung Joo, e o subchefe do Estado-Maior Geral do Exército da China, Wang Guanzhong, participaram na capital sul-coreana do diálogo anual de defesa entre os dois países, marcado pela polêmica em torno da área estabelecida unilateralmente por Pequim.
Leia também:
Japão convoca embaixador para protestar contra ação chinesa em arquipélago disputado
Além de sobrepor a área da Coreia do Sul, a nova região cobre também a ilha submersa de Ieodo, controlada por Seul, informou a agência local Yonhap. No entanto, um porta-voz do Ministério de Defesa sul-coreano disse, sem dar mais detalhes, que a China “decidiu não aceitar a petição”.
Seul argumentou que não pode reconhecer a nova zona porque Pequim a traçou de maneira unilateral, sem consultar a Coreia. A área fica no Mar da China Oriental.
Arquipélago fica em região entre Japão e China – Ver mapa maior
NULL
NULL
Como resposta, o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano convocou esta semana o ministro conselheiro da Embaixada chinesa em Seul, enquanto o chanceler Yun Byung-se advertiu que a criação da nova zona aérea poderia agravar os conflitos já existentes na região.
Não reconhecimento
Por enquanto, tanto a Coreia do Sul como o Japão mantêm a postura de não reconhecer a ADIZ traçada pela China e, na segunda-feira (25/11), dois bombardeiros B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram a área em uma manobra de rotina, sem avisar Pequim previamente.
Ainda nesta quinta, um avião militar japonês sobrevoou a zona, também sem avisar previamente as autoridades chinesas. Tóquio também orientou as duas maiores companhias aéreas do país – JAL e ANA – a não notificar a China quando passassem pela área
O traçado da zona de defesa aérea, que poderia abalar as relações da China com seus vizinhos do nordeste da Ásia, gerou uma polêmica ainda mais forte com o Japão, já que Pequim incluiu na zona as ilhas Senkaku/Diaoyu, cuja soberania é reivindicada pelos chineses, mas são administradas “de facto” por Tóquio.
Em setembro do ano passado, o governo do Japão comprou do proprietário (também japonês) três das cinco ilhas, o que provocou protestos por parte de chineses. O arquipélago fica no Mar da China a cerca de 175 quilômetros ao nordeste de Taiwan e 150 ao noroeste de Okinawa. Acredita-se que as ilhotas, desabitadas, tenham importantes recursos naturais.
(*) Com Efe