O presidente equatoriano, Rafael Correa, lembrou neste sábado (10/09) o ex-presidente socialista chileno Salvador Allende, deposto em um golpe militar em 11 de setembro de 1973, e homenageou as vítimas dos ataques terroristas contra os Estados Unidos, ocorridos na mesma data em 2001.
Este domingo (11/09) faz dez anos dos ataques contra as Torres Gêmeas, em Nova York, e contra a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, lembrou Correa em seu habitual relatório semanal, de onde enviou um “abraço solidário” aos familiares das vítimas dos atentados.
Confira nos próximos dias a série completa do Opera Mundi
A fantasia e o 11/09
Testemunha inconveniente: cinegrafista do 11/09 vive refugiado na Argentina
Pós-11/09 na América Central significou escalada da presença militar dos EUA
É uma data de “tristes” recordações, repetiu Correa, que enviou “muito especialmente” um “abraço” aos familiares das vítimas equatorianas, embora tenha ressaltado: “nos solidarizamos com todas as vítimas” desses atentados. Principalmente, lembrou os “15 equatorianos que morreram em 11 de setembro de 2001”.
No entanto, informou que “o 11 de setembro não é lembrado somente pelos ataques nos EUA. Nesse dia no ano de 1973 foi cortada de forma brutal, abusiva e coturno militar, a primeira experiência democrática de socialismo na América”.
Afirmou que esse golpe militar contra o governo de Allende no Chile foi apoiado por grupos poderosos que então e “como sempre”, invocavam a democracia. “Aprendamos com a história, que tudo foi em nome da liberdade, acabar com um governo democrático, acabar com milhares de vidas, foi em nome da liberdade”, acrescentou e disse que “a direita sempre utiliza a palavra liberdade para justificar os mais atrozes atropelos”.
“Durou quase 17 anos essa ditadura selvagem, sanguinária, desumana, totalmente ilegítima… O que fez a ONU, onde estava a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]? Por acaso bombardearam Santiago, por acaso foram restabeleceram a democracia” no Chile?”, questionou o líder equatoriano.
Leia mais:
EUA agora dizem que venceram
Robert Fisk: A vergonha dos EUA exposta
Iraque: a ruína que será deixada para trás
Fidel Castro: A ONU, a impunidade e a guerra
Guerra do Afeganistão: um enigma e quatro hipóteses
Iraque: guerra de mentiras que deixa marcas de verdade
“Por isso nossa posição com relação à Líbia!”, ressaltou Correa que também se declara socialista e criticou a atuação da ONU e da OTAN nas operações no território norte-africano. “Nós não apoiamos o coronel Muamar Kadafi, mas rejeitamos a descarada intromissão da OTAN na Líbia; respeitamos a soberania e a autodeterminação dos povos e, principalmente, a coerência” nas relações internacionais, sustentou.
“Hoje a Líbia é bombardeada, supostamente para que o tirano Kadafi não reprima mais o seu povo, e por isso este mesmo povo é bombardeado milhares de vezes… O que fizeram com (o chileno Augusto) Pinochet, o que fizeram com os ditadores argentinos, o que fizeram com os ditadores centro-americanos. Dou-lhes a resposta: os apoiaram descaradamente”, disse Correa.
O líder equatoriano declarou que se deve “rejeitar toda forma de intervenção estrangeira” e dizer “basta a esses abusos”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL