A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou nesta terça-feira (24/8) os dois maiores conglomerados de mídia do país, o Clarín e o La Nación, de terem se apropriado de maneira ilegal da maior fabricante de papel-jornal do país, a Papel Prensa, da qual o estado é acionista minoritário.
Segundo ela, os documentos contidos em um relatório oficial apresentado sobre a fábrica evidenciam um “pacto de sindicalização de ações” entre os jornais Clarín, La Nación e o extinto La Razón, em 1977, formando um “comitê diretor” que “levaria posições uniformes ao diretório e votaria com os interesses que essas empresas tinham, e não os da Papel Prensa”.
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Em ato transmitido em rede nacional rádio e TV, Cristina falou sobre o relatório (intitulado “Papel Prensa: a verdade”) e afirmou que os jornais são cúmplices da ditadura militar. Segundo a presidente, as ações da empresa teriam sido transferidas depois de os donos terem sido torturados no início da do período ditatorial (1976-1983).
“Verificou-se indubitavelmente transferências acionárias ilegais para os diários participantes”, disse o diretor da Papel Prensa, Alberto González Arzac, que também é conselheiro do governo.
Concordância
Durante o discurso, Cristina citou as palavras do Clarín de que o governo “avança na Papel Prensa para controlar a palavra impressa”. Segundo a presidente, o veículo “acha que os que controlam a Papel Prensa controlam a palavra impressa” e ela concorda.
Nesta manhã, os jornais envolvidos classificaram o relatório que contém a documentação que será analisada pela Justiça diante da acusação como “um plano do governo” para dominar a produção de papel jornal e, desta forma controlar a liberdade de expressão dos jornais.
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